Goiânia ainda corre o sério risco de precisar fazer racionamento de água

Vazão do rio Meia Ponte está um pouco melhor, mas situação ainda preocupa presidente de Comitê que monitora a situação

Emilly Viana Emilly Viana -
Goiânia ainda corre o sério risco de precisar fazer racionamento de água
Vazão está em nível de alerta. (Foto: Divulgação/ Semad)

A vazão do Rio Meia Ponte, que atualmente está em 8,8 mil litros por segundo, ainda segue em nível preocupante. É o que afirma o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, Fábio Camargo.

“Está um pouco melhor, mas não há nada a festejar. Isso porque, em anos anteriores, víamos a vazão em torno de 7,1 mil litros por segundo, então não é uma diferença gritante”, explicou ao Portal 6.

A leve melhora, de acordo com o líder do Comitê, se dá, principalmente, pelo controle na captação. “Um dos principais motivos, com certeza, é o monitoramento de grandes captadores de água em uma válvula que mostra isso em tempo real. Então é mais fácil identificar abusos”, informa.

Os próximos dois meses são os mais críticos do ano para o Meia Ponte. Isso porque, segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), Goiás recebe as primeiras chuvas no fim de setembro, que podem não resolver o problema. Apenas em meados de outubro, alerta o Cimehgo, precipitações mais volumosas atingem o estado.

“De agora até setembro é ladeira abaixo. Ano passado, em que passamos uma situação mais crítica, choveu um pouco antes, e foi o que salvou”, lembra.

De acordo com o presidente do comitê, agora é hora do poder público e a população reforçarem as ações de forma conjunta.

“O Estado deve fiscalizar o desperdício, paralisando qualquer captação acima do permitido. Já a população deve atuar com o uso consciente da água”, orienta.

Outra grande preocupação, segundo ele, é com o lançamento de esgoto no manancial. “Infelizmente ainda há muitos registros, e isso é grave, pois impacta diretamente na qualidade da água e no aumento de recursos para o tratamento”, adverte.

Vale lembrar que o chamado sistema Meia Ponte abastece as regiões Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste da capita. As demais são abastecidas pelo sistema João Leite.

Monitoramento

São seis níveis dos estágios de segurança de vazão do Meia Ponte. O primeiro nível, de Atenção, ocorre com escoamento igual ou menor a 12 mil litros por segundo. Em seguida, com vazão igual ou menor que 09 mil L/s, constata-se o nível 02, de Alerta – que é a atual situação da bacia.

Os quatro níveis seguintes, de 03 a 06, são considerados críticos. No nível Crítico 04, a vazão do Meia Ponte fica igual ou menor que 02 mil L/s, podendo medidas de racionamento.

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