Frota do eixo Anhanguera precisa ser renovada, mas não pode ser com ônibus elétricos
MP pede que veículos utilizados no Eixão tenham máximo de cinco anos de fabricação, porém apenas cinco deles cumprem o requisito
A renovação da frota de ônibus que operam na linha do Eixo Anhanguera, em Goiânia e Região Metropolitana, vive um impasse.
De um lado o Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou, na última sexta-feira (19), que veículos com mais de 05 anos sejam suspensos da operação. De outro, o Governo Estadual argumenta que está impedido de contratar ônibus elétricos para a linha, como estava previsto inicialmente.
Uma licitação para contratação da empresa que forneceria os veículos movidos à energia elétrica foi publicada e o pregão chegou a ser marcado para junho. Porém, uma semana antes da data, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu atender uma orientação do MP e suspender o processo. Na avaliação do órgão, o edital, que estabelecia a locação de 114 ônibus pelo custo total de R$ 1,46 bilhão em contrato de 16 anos, causaria “risco de dano aos cofres públicos”.
Com o impedimento, o Estado fechou acordo para aquisição de 60 veículos convencionais. Atualmente, 20 deles estão em operação. Todavia, os ônibus, que eram utilizados no transporte público de Brasília (DF), foram fabricados há 08 anos – o que vai contra a nova recomendação do MP, que solicita veículos pelo menos 03 anos mais novos que os adquiridos.
Enquanto o restante da frota não é entregue, os ônibus comprados para o BRT, que segue sem previsão para ser inaugurado, estão circulando no Eixo Anhanguera. Apenas estes veículos – seis, no total – cumpririam o tempo de fabricação pedido pelo MP. Com a chegada dos ônibus remanescentes de Brasília, prevista para setembro, os emprestados do BRT seriam retirados de operação.
Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), vistoria realizada no mês passado indica que a frota tem 91 veículos, sendo 55 fabricados em 2011 e 36 em 2014.
Tragédia retoma discussão
A suspensão do uso de ônibus com mais de 05 anos no Eixão foi pedida um dia após a morte da estudante de enfermagem Leidiane Teixeira da Cruz. A jovem de 28 anos caiu de dentro de um dos veículos da linha, que abriu uma das portas repentinamente enquanto fazia uma curva no Jardim Novo Mundo.
O laudo da perícia realizada pela Polícia Técnico-Científica no local vai apontar se houve imprudência por parte do motorista. Nesta semana, outra avaliação será realizada pelos peritos para descobrir se houve falha no travamento da porta do ônibus.