Saneamento básico ainda está longe de ser realidade para todos moradores de Goiânia, Anápolis e Aparecida

Dados são do Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados e analisou as 100 maiores cidades do país

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Saneamento básico ainda está longe de ser realidade para todos moradores de Goiânia, Anápolis e Aparecida
Pesquisa feita pelo IBGE analisou diferentes regiões nos anos de 2008 até 2019. (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Nem todos moradores das três maiores cidades de Goiás têm acesso a coleta e tratamento de esgoto. A situação mais crítica é Aparecida de Goiânia, cuja coleta ocorre em apenas 58,69% das residências e, destes, 74,12% são tratados.

Em Anápolis, 26,79% do esgoto coletado não passa por tratamento. Já na capital, a coleta ocorre em um número maior, batendo 93,3% – mas o índice cai quando se julga o tratamento – sendo 72,46%.

Os dados são do Instituto Trata Brasil em parceria com GO Associados. A pesquisa analisou o ranking de saneamento em todo o território nacional, contemplando as 100 maiores cidades, e Anápolis se posicionou em 46º lugar.

Entre os fatores analisados, Goiânia se destaca em acesso à água. A capital figurou em 22º lugar, já que 99,01% da população de aproximadamente um 1,5 milhão é abastecida por água, sendo que foi o município com maior aumento de ligações de água em 2021.

Em Anápolis, 97,97% da população é atendida pelo abastecimento de água e, em Aparecida de Goiânia, o número é de 79,19%.

Saneamento básico

Na prática, a falta de acesso adequado ao saneamento básico resulta em aumento de doenças como leptospirose, disenteria bacteriana, esquistossomose e cólera, por exemplo.

Aliado a isso, aumenta o número de mortalidade e impacta diretamente no sistema público de saúde, com gastos, internações, tratamento e na qualidade de vida da população.

Em contrapartida, ao se apurar investimento em saneamento básico,  Goiânia, por exemplo, a média é de R$ 66,13 por habitante – inferior a média nacional – que é de R$ 82 por habitante. Vale destacar que a média dos capitais é de R$ 113,47.

A reportagem entrou em contato com a Saneago, questionando sobre investimentos e soluções estudadas para as três cidades goianas diante dos dados da pesquisa. Entretanto, a companhia se pronunciou somente sobre Anápolis.

“É importante ter em mente que os dados nos quais o estudo se baseia são autodeclaratórios, ou seja, encaminhados pelas próprias prestadoras de serviço participantes.”

Veja a nota na íntegra:

“Anápolis está entre as 46 melhores cidades do Ranking do Saneamento 2023. Enquanto a média brasileira para o atendimento com água tratada é de 84,20%, o município já conta com abastecimento universalizado, beneficiando toda a população urbana – uma conquista que ocorreu com mais de uma década de antecedência ao prazo fixado pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020).”

“Os trabalhos da Saneago em Anápolis ocorrem no sentido de acompanhar o crescimento populacional e garantir segurança hídrica para os anapolinos. Desde 2021, Anápolis não sofre com a falta de água durante o período de estiagem, o que atesta a solução definitiva do problema crônico pelo qual passava o município.”

“Em relação ao esgotamento sanitário, o próprio estudo destaca que Anápolis ‘(…) apresentou melhoras de 2,21 pontos percentuais e de 2,26 pontos percentuais nos indicadores total e urbano de coleta de esgoto, nessa ordem, que foram acompanhadas por um avanço de 2,37 pontos percentuais no tratamento’.”

“No Ranking o índice de atendimento com esgotamento sanitário em Anápolis é de 79,5% (atualmente já é registrado 82,91% de atendimento com esgoto no município – conforme publicado no Balanço 2022 da Saneago, avaliado por auditores independentes), muito acima da média nacional de 55,81%. Os avanços recentes são visíveis e demonstram o foco recebido pelo município.”

“Sobre a variação sofrida entre o Ranking anterior e o atual, cabe ressaltar que se trata de um comparativo com demais cidades, cujos investimentos foram maiores para alcançar os índices já obtidos por algumas cidades goianas – como Anápolis. Logo, trata-se de uma flutuação natural. Além disso, é importante ter em mente que os dados nos quais o estudo se baseia são autodeclaratórios, ou seja, encaminhados pelas próprias prestadoras de serviço participantes.”

“É importante mencionar que a Tabela Resumo do documento leva em consideração a população total dos municípios (incluindo zona rural). No entanto, o contrato da Saneago com o Município de Anápolis abrange somente a população urbana, o que justifica o decréscimo ocorrido no percentual de atendimento com água tratada.”

“Nesta edição, são considerados os dados referentes ao ano de 2021. Por esse motivo, vale lembrar que o Ranking é elaborado com base em números defasados, de dois anos atrás em comparação à data de divulgação. Ou seja, os números atualizados da Saneago demonstram que a Companhia está ainda melhor.”

“O valor dos investimentos da Saneago em Anápolis para água e esgoto, nos últimos quatro anos, foi de mais de R$ 192 milhões. Os trabalhos foram programadas para curtíssimo, curto, médio e longo prazo. As metas para os projetos estão sendo cumpridas de acordo com o previsto no Contrato de Programa com a Prefeitura.”

“Entre as obras em andamento está a ampliação da ETA convencional, um contrato com montante da ordem de R$ 51,8 milhões. A obra, prevista para o final de 2023, consiste na elevação da capacidade da unidade de 800 para 1.600 litros por segundo, com implantação de dois novos módulos, implantação de subestação elétrica e de Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR), atendendo toda a cidade. “

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