Estudo de pesquisadora goiana sobre graus de autismo se torna destaque internacional
Profissional estudou transtorno durante quatro anos e resultados serviram para ajudar pacientes do SUS diagnosticados com TEA
Uma pesquisa realizada pela professora Thaís Cidália, da Unidade Universitária de Goiânia da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (Eseffego), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), foi capaz de abrir caminhos para os estudos sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), se tornando destaque internacional.
Entre 2018 e 2021, a profissional se dedicou a estudar pacientes diagnosticados com TEA a fim de verificar se havia, ou não, uma ligação entre o tipo genético do indivíduo e os diferentes graus de autismo.
O que era inicialmente tido por ela apenas como uma mera ‘intuição’ foi comprovado e serviu para ajudar no tratamento de pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás.
Acontece que durante a pesquisa, Thaís identificou que existem variantes genéticas que influenciam nos graus de autismo.
“Identificamos variantes genéticas importantes em famílias com crianças diagnosticadas com autismo e fizemos o aconselhamento genético e a entrega de resultados para essas famílias, explicando a importância dos genes envolvidos nas manifestações clínicas em cada caso”, afirmou ela em entrevista a Universidade Estadual de Goiás.
Para se ter uma ideia, a pesquisa da profissional foi capaz de ‘rodar o mundo’ e estampar a capa de revistas internacionais. Além disso, Thaís também chegou a publicar um e-book, chamado “Transtorno do Espectro Autista” e uma cartilha genética destinada para famílias que possuem parentes autistas.
De acordo com ela, os resultados serviram para melhorar o atendimento, a identificação e esclarecimento das causas, sinais e sintomas de pessoas com autismo. Além disso, também auxiliam na intervenção precoce e evolução do quadro clínico do paciente.
“Conseguimos destacar a importância dos exames genéticos para casos de autismo no SUS, orientando profissionais da área sobre a importância de se identificar fatores genéticos para diferenciar TEA sindrômico de não sindrômico e para definir as melhores estratégias de tratamento com base nos perfis genéticos”, revelou.
O próximo passo, segundo a profissional, é publicar um livro sobre o transtorno, com a cooperação de outros profissionais da área, ainda em junho deste ano.