Estudantes improvisam após proibição do uso de mochilas em escolas municipais de Goiânia

Diante da medida de segurança, alunos precisam adotar uso de sacolas plásticas, de supermercado e até TNT

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
(Foto: Arquivo Pessoal)Estudantes improvisam após proibição do uso de mochilas em escolas municipais de Goiânia
(Foto: Arquivo Pessoal)

Estudantes da capital estão enfrentando não só o medo pelas ameaças escolares, como também o desconforto desta situação, visto que a Prefeitura de Goiânia adotou a medida temporária de proibição do uso de mochilas nas escolas municipais para os alunos do 5º ao 9º ano.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a instalação de detectores de metais é a aposta para garantir a segurança e retomar o uso de mochilas. Assim, enquanto a nova medida que foi prometida para esta semana não for implementada, estudantes buscam formas de conviver com a nova realidade.

Na Escola Municipal Professor Aristoclides Teixeira, Yasmim, de 14 anos, compartilhou as formas inusitadas que os os colegas do 9º ano encontraram mediante a proibição. “Tem colegas meus que estão usando sacolas de plástico, de supermercado, bolsa de TNT, tem uma amiga minha usando sacola da Claro de papelão, mas eu estou carregando na mão”.

O protocolo instaurado na escola de Yasmim foi de revistar as mochilas A informação da nova medida de segurança foi comunicada na unidade escolar no último dia 19, mas só foi colocada em prática nessa semana, com pouco conhecimento dos alunos, visto que houve casos de pessoas barradas na entrada por descumprir a regra.

Já Junior, de 11 anos, estudante da Escola Municipal Professora Nara Do Carmo Rezende Amorim, relatou ao Portal 6 que quando ele chegou à escola com mochila, foi informado pelo diretor que caso repetisse, só poderia entrar com a presença da mãe.

“Eu acho meio injusto. Os materiais ficam muito mais fácil do povo pegar. Acho bem ruim mesmo. Antes, poderiam ter dado pelo menos uma pasta transparente, uma mochila, se programado para isso. A maioria está odiando”, desabafou.

Cerca de duas semanas atrás, de acordo com o pré-adolescente, proibiram jaquetas que não fossem as entregues pelo próprio município. Contudo, os estudantes que ingressaram neste ano letivo não receberam tais materiais, como é o caso de Junior. “Tem gente que mora longe, tem quem vai de bicicleta e pega chuva”, ressalta.

Para Rosa, nome fictício, de 47 anos, a proibição de mochilas causa desconforto. “Minha filha está indignada. Essa medida tira a privacidade dos alunos. Por exemplo, quando uma adolescente está menstruada, ela vai precisar expor os absorventes na sacola e vai morrer de vergonha”.

A filha de Rosa tem 14 anos e cursa o 9º ano da escola Professora Dalísia Elizabeth Martins Dolles. A mãe acredita que a medida não é necessária e que há alternativas, como a orientação de olhar as mochilas dos filhos. “Todo mundo não pode pagar por uma situação. Os alunos, no geral, não são ameaças, e na maior parte dos casos, as pessoas pulam o muro. Nem entram pela porta da frente”.

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