Doença celíaca: nutricionista goiana explica como a intolerância ao glúten age e o que pode ser feito

Cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem com a condição, segundo estimativa da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil

Pedro Hara Pedro Hara -
Doença celíaca: nutricionista goiana explica como a intolerância ao glúten age e o que pode ser feito
Nutricionista Lays Ribeiro. (Foto: Arquivo Pessoal/Lays Ribeiro)

Desde 2018, no mês de maio, é celebrado o “Maio Verde”, que promove uma campanha de conscientização da doença celíaca, uma enfermidade autoimune causada pela intolerância ao glúten.

Segundo estimativa da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem com a condição. No mundo, o número chega a 78 milhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao Portal 6, a nutricionista goiana Lays Ribeiro, que trabalha na área de nutrição gastrointestinal e doenças autoimunes, explicou os motivos por trás da escolha do mês de maio para debater sobre o tema.

“No mês de maio é comemorado o Dia Nacional dos Celíacos (20/05) e o Dia Mundial de Conscientização sobre a doença Celíaca (16/05), por isso a escolha”, conta.

Ela também esclareceu como a doença se manifesta no corpo e como ela age após o consumo do glúten.

“A partir do momento que o glúten é ingerido, ocorre uma inflamação intestinal que leva à atrofia das vilosidades intestinais. A própria presença do glúten no intestino leva a essa destruição.

Por se tratar de uma enfermidade pouco conhecida, a discussão pode trazer luz ao tema e fazer com que milhões de brasileiros procurem atendimento médico.

De acordo com Lays, são mais de 200 sintomas relatados que podem levar ao diagnóstico, mas existem alguns classificados como “clássicos” e “não clássicos” que são mais comuns.

“Na clássica: diarreia e má absorção de nutrientes como consequência, perda de peso, déficit de crescimento, letargia e distensão abdominal. Já na manifestação não clássica, constipação, distensão abdominal, anemia ferropriva, osteoporose, abortos de repetição e neuropatia periférica são alguns dos sintomas”. 

Não existe um momento correto para procurar ajuda médica, no entanto, existem alguns sinais dados pelo corpo que devem ser levados em consideração na hora de buscar o diagnóstico, como diarreia persistente, constipação que não se resolve com ajustes dietéticos convencionais e distensão abdominal prolongada. 

No entanto, também é necessário que a própria pessoa saiba em quais momentos os alimentos consumidos a fizeram mal.

“É de extrema importância que as pessoas desenvolvam uma autopercepção em relação à sua alimentação, observando quais alimentos foram consumidos e trouxeram desconfortos ou não”, completa. 

Apesar das restrições provocadas pela doença, a nutricionista pontua que é possível manter uma boa qualidade de vida. A comida de verdade é uma aliada, já que não possui glúten.

“A regra de descascar mais e desembalar menos é extremamente válida”. A internet também pode ser uma fonte inesgotável de informações, onde o celíaco pode encontrar receitas, conversar com outras pessoas e criar uma rede de apoio.

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