Santo enterrado em cemitério de Anápolis recebe pedidos e agradecimentos por graças entregues
Túmulo é o mais visitado do local e são os próprios fieis que se encarregam de mantê-lo bem conservado
Entre tantas figuras de santidade, representadas em templos de Anápolis, há uma que permanece esquecida e, volta e meia, é reivindicada por fiéis. É o chamado João da Cruz, considerado por alguns como santo, que nasceu no município em 1911.
À época, ele era conhecido por portar uma doença autoimune chamada “Fogo Selvagem”, que se caracteriza por bolhas e feridas profundas na pele. Apesar de ser apontada como causadora de grandes dores, João nunca teria sentido nada durante toda a vida.
O beato era reconhecido pelo cuidado com a comunidade e pela fé, vivendo em humildade e sempre ativo em práticas de caridade.
No túmulo onde está enterrado, no Cemitério São Miguel, existe até hoje a prática de se colocar uma caixinha de moedas, aonde são depositadas doações. É, inclusive, a própria gestão do cemitério que as recolhe diariamente e encaminha à filantropia.
João da Cruz morreu cedo, aos 44 anos, em 1955, mas ainda assim construiu um forte grupo de devotos e consolidou-se no imaginário da cidade.
No túmulo dele, é possível encontrar dezenas de placas, agradecendo pelas graças recebidas e pedindo auxílio. Lá também são deixadas garrafas de água – levadas para se tornarem bentas, cartas, simulados escolares e até uma churrasqueira, na qual velas são acesas em sinal de memória e devoção.
Ao Portal 6, o gestor do cemitério São Miguel, Julio Meguervithian, afirmou que o túmulo é o mais visitado do local.
Todo o cuidado com o memorial também é feito por fiéis que, segundo ele, chegam a comparecer todas as segundas-feiras, levando objetos e pedidos ao santo.
Apesar do reconhecimento local, não foram encontrados registros de tentativas de registro da santidade na Igreja Católica Apostólica Romana.