Médicos prometem cruzar braços e paralisar atendimento na rede SUS de Goiânia nesta sexta (05)

Interrupção impactará unidades como o Hospital Araújo Jorge, Hospital da Criança, Instituto Goiano de Hemoterapia (INGOH), Instituto de Olhos de Goiânia e Pronto Socorro para Queimaduras

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Médicos prometem cruzar braços e paralisar atendimento na rede SUS de Goiânia nesta sexta (05)
Hospital Araújo Jorge está entre os locais afetados pela interrupção (Foto: Reprodução/Facebook)

Atualizada às 15h31

A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (COOPANEST-GO) decidiu pela interrupção completa dos atendimentos a todos os procedimentos realizados nas unidades municipais de saúde e rede conveniada SUS de Goiânia a partir desta sexta-feira (05), sem previsão de retorno.

Entre as mais de 20 unidades de saúde afetadas, estão o Hospital Araújo Jorge, Hospital da Criança, Instituto Goiano de Hemoterapia (INGOH), Instituto de Olhos de Goiânia e Pronto Socorro para Queimaduras.

De acordo com o grupo, a interrupção na prestação de serviços se explica pela inexistência de contrato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), assim como o atraso do pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 26 milhões.

A COOPANEST-GO já havia suspendido os atendimentos a procedimentos eletivos desde o dia 15 de dezembro do ano passado. Apesar disso, a cooperativa afirma que não houve tentativa de contato para negociar a pendência por parte da SMS.

À época, a pasta sustentou que estava fazendo uma transição para que os anestesistas sejam contratados e pagos diretamente pelos prestadores, da forma como ocorria antes e a exemplo de todas as outras especialidades.

A SMS informa que ao contratar um hospital, por exemplo, todos os serviços já estão incluídos, inclusive os de anestesista. Portanto, não há justificativa para que sejam contratados diretamente pelo município.

Entretanto, a  instituição ainda aponta que o contrato entre as partes teve prazo final em 29 de janeiro de 2021, mas foi estendido até 31 de janeiro de 2022. Então, a SMS teria realizado um contrato emergencial com fim em 31 de janeiro de 2023.

No último ano, conforme a cooperativa,  continuou prestando serviços, mas agora já não possui condições financeiras para manter o atendimento.

Leia nota da SMS na íntegra:

Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (4/1), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e representantes dos hospitais filantrópicos discutiram nova forma de contratação dos serviços de médicos anestesiologistas.

Ficou definido que, a partir de agora, a contratação desses profissionais se dará por meio de negociações realizadas diretamente com cada instituição, como ocorre com as demais categorias médicas.

A medida visa dar maior autonomia às instituições para que, além de aprimorar as tratativas com os profissionais, possam melhorar a assistência à população e às práticas médicas.

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