Conheça o morador de Anápolis que ganhou indenização 32 anos após ser preso injustamente e torturado
Com 29 anos à época, Albino de Souza foi identificado erroneamente como responsável por estupro e morte de mulher
Após mais de três décadas esperando por uma reparação, o senhor Albino de Souza, de 61 anos, finalmente recebeu uma indenização após ser preso, de forma injusta, e torturado por policiais de Anápolis.
O caso aconteceu em 1991, quando ele ainda era um jovem de 29 anos. Na época, ele foi confundido com um outro homem, que teria estuprado e assassinado uma mulher no município.
Assim, Albino foi levado para uma delegacia, onde recebeu choques elétricos, chutes e socos, para que confessasse o crime, que não tinha cometido.
“Pegaram e me levaram e eu falava ‘fui eu não’ e já foi me dando pancada. Chegou na delegacia: ‘pegamos ele delegado pegamos o criminoso aqui’, mas eu falei assim: ‘não foi eu. Vocês vão me matar e eu vou falar que não fui eu”, revelou, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Quatro dias se passaram até que o verdadeiro culpado fosse identificado e o jovem liberado. No entanto, logo após ser solto, Albino procurou a Justiça.
Assim, teve-se início uma longa saga até que a reparação viesse. Os advogados do (agora) idoso entraram com uma ação em 1995, que só foi julgada em 2013 – 18 anos depois.
Dessa forma, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu a favor da indenização para o homem. Contudo, os representantes jurídicos perderam o contato com Albino, e foi preciso uma década para encontrá-lo.
O idoso foi encontrado no final de 2023 em Caldas Novas, vivendo em situação de rua, abrigado em um canil do município.
Ao longo desses anos, ele perdeu os documentos em uma enchente e passou muito tempo catando lixo para sobreviver.
Albino acionou os advogados novamente, mas para tirar a segunda via das documentações pessoais e abrir uma conta no banco para, finalmente, receber a indenização.
Agora, com o dinheiro em mãos, o idoso conseguiu comprar uma casa e pode dar início à uma nova fase na vida.