CrossFit se torna causa frequente de lesões em Anápolis; saiba quais cuidados tomar

Portal 6 conversou com dois profissionais da saúde, para entender as causas mais comuns e saber como treinar sem se machucar

Samuel Leão Samuel Leão -
Imagem ilustrativa de campeonato de Crossfit (Foto: Bruna Ariadne)
Imagem ilustrativa de campeonato de Crossfit (Foto: Bruna Ariadne)

Em pronto-socorros, os acidentes de moto seguem liderando as lesões atendidas. No entanto, o futebol, antes segundo colocado, parece ter perdido o posto para o CrossFit – modalidade recente que segue crescendo e atraindo adeptos.

Essa percepção foi repassada ao Portal 6 por profissionais da saúde de Anápolis, que atuam em frentes de atendimento imediato e posterior às ocorrências. Pela alta intensidade, a prática apresenta diversos riscos que requerem atenção.

Diante disso, a reportagem entrevistou o médico ortopedista José Fernandes, que apontou quais são os casos mais recorrentes atendidos por ele.

“O risco de sofrer uma lesão no Crossfit é semelhante ao risco de outras modalidades esportivas, como futebol, principalmente se não tiver experiência e praticar sem orientação do profissional habilitado. As lesões mais frequentes que observo são as tendinites, as doenças articulares e lesões musculares (como estiramentos)”, revelou.

Assim como no clássico esporte da bola, algumas lesões ainda mais sérias também podem ocorrer, acarretando rupturas e fraturas. A alta intensidade e as cargas de peso são fatores de risco que requerem atenção.

“Um exemplo é a ruptura completa do tendão calcâneo, conhecido como tendão de Aquiles. Acompanhei um paciente que teve, interrompeu as atividades e foi operado. Com o devido tempo, ele retornou aos treinamentos sem intercorrências”, completou.

O Portal 6 também conversou com a Médica residente de Ortopedia e Traumatologia, Sarah Lourenço, que reforçou a necessidade de tomar cuidados, especialmente aqueles que forem iniciantes na modalidade.

Segundo ela, pesquisas apontam que o índice de lesão nos primeiros seis meses da prática varia entre 20 a 75%, sendo que a cada 1 mil horas acontecem de 2 a 3 lesões no aparelho músculoesquelético, muito ligado à inexperiência dos principiantes.

A progressão de carga indevida – muito por conta do entusiasmo do desenvolvimento inicial – a falta de acompanhamento especializado e a ausência de alongamentos figuram como questões que influem na ocorrência de machucados.

“É uma prática muito completa, que envolve velocidade, equilíbrio, força, resistência e ainda exige muito da capacidade aeróbica do paciente. Os exercícios são muito intensos, mesclando movimentos da ginástica e até mesmo levantamento de peso. Por isso, a gente percebe uma recorrência de lesões bem menor em atletas, que já estão condicionados e muito bem habituados às técnicas devidas”, explicou.

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