Especialista goiana explica as características de um surto psicótico

Episódio de desconexão com a realidade se tornou assunto do momento com atitudes da tiktoker Vanessa Lopes no BBB 24

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Psicóloga também apontou como ajudar um indivíduo em surto (Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Big Brother Brasil (BBB) foi palco de cenas que colocaram a saúde mental em pauta ao mostrar a ex-participante, Vanessa Lopes, com atitudes que apontam para um possível surto psicótico.

Na última semana, a tiktoker foi vista questionando se os demais ‘brothers’ e ‘sisters’ não passam de atores contratados para prejudicá-la, além dos diversos momentos em que teve conversas aparentemente sem nexo.

Ao Portal 6, a psicóloga Nádia Santana explica que a crença de situações de perseguição e desconexão com a realidade, como registrado em Vanessa, são sintomas de um episódio. Contudo, vale ressaltar que não é possível realizar um diagnóstico sem a devida atenção médica.

“Um surto é uma mudança abrupta de comportamento. […] A pessoa fala que esta sendo perseguida, que o pessoal do trabalho está contra ela, que ouviu alguém falando com ela ou tem alucinações. Ou então ela muda de humor drasticamente, saindo da tranquilidade para a extrema agitação. Agressividade fora do habitual também é um sintoma”, explicou.

Um episódio do tipo tem duração de algumas horas até poucos dias, não ocorrendo por longos períodos, segundo Nádia. Além disso, apesar do estresse – como aquele provocado por um confinamento vigiado a nível nacional – ser um gatilho comum, surtos só ocorrem com pessoas que já têm alguma patologia. Na prática, tendem a ter como pontapé inicial aproximadamente aos 17 anos.

“Se a pessoa tiver uma predisposição, é possível desencadear um surto com estresse alto. É como tirar a tampa do que está encoberto”, pontuou.

Durante o período de desconexão da realidade, em alguns casos, o paciente perde consciência e, em outros, não. Porém, o fator sempre presente é a falta de controle sobre a situação.

“A pessoa que teve o surto não consegue perceber. Ela pode até notar decisões fora do comum após a crise,  mas talvez ela não se lembre plenamente o que aconteceu. Mas, é mais perceptivo para as pessoas de fora [perceberem]”, disse Nádia.

De acordo com a psicóloga, não se trata de um acontecimento comum, contudo, é provável se deparar com uma pessoa que já sofreu um surto ao longo da vida.

Ao identificar a mudança drástica de comportamento em um indivíduo, é necessário já se preocupar e contatar um psiquiatra para fazer uma avaliação. Como é possível que os sintomas sejam de origem medicamentosa ou orgânica, é preciso atestar que se trata de uma manifestação de transtorno.

Com isso, caso comprovado, o tratamento se inicia com intervenção medicamentosa e apoio de psicólogo. Após a normalização inicial, é indicado que o indivíduo faça acompanhamento.

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