Tempo para pacientes com dengue conseguirem internação deve aumentar em Goiás

De acordo com Secretaria de Estado da Saúde, estado contabiliza seis óbitos pela doença

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia.
Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia. (Foto: Igor Guimarães/ Governo de Goiás)

O rápido aumento de diagnósticos confirmados de dengue e a tendência de crescimento da doença em Goiás, principalmente de casos sorotipo 2, já é alvo de preocupação pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) devido a possibilidade da ampliação do tempo de espera de internações.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (08), a pasta informou que, só neste ano, o estado registrou 06 óbitos e 11.923 casos da doença.

Como uma espécie de gangorra, os registros refletem no número de internações. Nos primeiros 08 dias de fevereiro, 194 hospitalizações já foram contabilizadas – frente a 485 confirmadas ao longo do mês de janeiro – tanto de dengue quanto de Chikungunya.

O número já alcança mais da metade de todas as internações registradas em dezembro de 2023, que teve um total de 211.

De acordo com o subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde da SES, Luciano de Moura Carvalho, atualmente, nas unidades de saúde, o tempo médio entre o pedido de solicitação de internação até a liberação do paciente para o leito é de 06h. No entanto, devido ao panorama, a tendência é que o período seja aumentado.

“Quando você tem o aumento do número de casos, há o aumento do número de internações e de óbitos. […] Estamos com uma média de tempo de 6h da solicitação de internação até a liberação do paciente para o leito, mas se a gente continuar nessa escalada, isso [o tempo] pode aumentar”, explicou.

A maior parte das hospitalizações, segundo o profissional, são de “jovens adultos”, com faixa etária de 35 a 55 anos de idade.

“Isso nos causa grande preocupação porque a gente sabe que a rede de saúde tem a sua limitação. […] Esse dado é extremamente preocupante”, complementa.

Para acompanhar a situação, a SES instaurou um gabinete de crise estadual que recebe informações sobre atendimento, insumos, hospitalizações e nas unidades de saúde dos municípios.

Além disso, a pasta também orienta as cidades a instaurarem gabinetes municipais para o envio de informações. Até o momento, 52 já foram implementados e 60 leitos exclusivos para pacientes com dengue foram criados no estado.

O profissional ainda recomenda que a população reforce os cuidados de prevenção da doença e evite focos de água parada nas residências e descarte de lixo incorreto. Em caso de contaminação, ele ainda aconselha o amplo consumo de água durante o período.

“O período entre o início do sintoma e o óbito está muito curto. Então é preciso que o próprio cidadão tenha o seu cuidado e não chegue a situação de precisar de uma UTI”, diz.

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