Como proteger bebês contra bronquiolite, doença que está levando hospitais de Goiás ao limite
Apreensão sobre crescente de casos tem preocupado autoridades de saúde e pais em todo estado
O crescente número de casos de bebês diagnosticados com bronquiolite tem preocupado as autoridades de saúde pela alta taxa de internações em hospitais estaduais. Goiás, inclusive, está chegando ao limite de ocupação, com formação até de filas de espera em Unidades de Terapia Intensivas (UTI) Pediátricas.
Dados coletados pelo Portal 6 neste sábado (20), por volta das 21h42, no Portal da Transparência do estado, mostram que 94% das UTI pediátricas estão com leitos ocupados. Apenas 03 estão disponíveis contra 87 já preenchidos.
A apreensão sobre o cenário não é exclusiva aos profissionais e também se estende para pais e responsáveis que buscam uma forma de proteger os menores contra a infecção.
Como evitar a doença
À reportagem, a pediatra Talytha Coelho explica que o primeiro passo para proteger os pequenos de uma possível contaminação da doença é evitar contato com outras pessoas com sintomas, uma vez que a chance de manifestação da infecção é maior nesses casos.
De acordo com a profissional, é preciso que os responsáveis fiquem atentos na higienização do bebê e em sintomas semelhantes à gripe.
“A principal forma de proteger é evitar contato com pessoas ou crianças com sintomas, porque a carga viral é bem maior então a chance de manifestar também é maior”, disse.
“Sempre higienizar as mãos, dar banho na criança quando chegar em casa e ter cuidado até com os irmãozinhos que vão para escola que, geralmente, trazem para casa. Na hora que chegar, evitar o contato direto, dar banho nos irmãozinhos e, se estiver com sintomas gripais, evitar contato direto com o bebê”, acrescentou.
No caso de bebês menores de 3 meses, o cuidado deve ser redobrado. Segundo ela, o recomendável é que os pais evitem ocupar locais públicos ocupados por muitas pessoas.
Sintomas
Para as famílias que estejam suspeitando de um possível caso de infecção e nunca tiveram casos diagnosticados na família, é necessário se atentar ao comportamento do bebê, que pode demonstrar um desconforto respiratório, tosse, irritabilidade, diminuição nas mamadas.
“O principal sintoma é a tosse, é a primeira coisa que a família percebe, e sinais de gripe comum, como tosse e coriza. O desconforto é mais difícil, geralmente é percebido ao longo do quadro, a família não vai perceber inicialmente. A criança muda o comportamento. Muda o padrão de fazer xixi, muda o padrão das mamadas. É preciso ficar atento a esses sinais iniciais”, finaliza.
Em casos em que o bebê esteja apresentando esses sintomas, principalmente o desconforto respiratório e baixa saturação de oxigênio, é necessário buscar de imediato ajuda médica. Em casos mais graves, é necessário a internação.
O que é a bronquiolite?
Muito falada nos períodos de outono e inverno, a Bronquiolite é causada quase sempre pelo vírus sincicial respiratório.
Apesar do nome parecido, ela é diferente da bronquite e é caracterizada por uma inflamação nos bronquíolos (parte final dos brônquios) que atinge principalmente os bebês menores de dois anos.
Por ser um problema que causa, anualmente, muita preocupação, já que pode resultar até mesmo no óbito dos bebês afetados de forma mais grave, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou recentemente uma vacina contra o vírus sincicial respiratório.
A expectativa é que a medicação seja aplicada em grávidas que estejam no segundo ou terceiro semestre gestacional, já com o intuito de proteger o recém-nascido.
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