“Quase me matou de susto”, diz idosa que teve casa invadida por engano pela Polícia Civil

Mesma situação teria ocorrido em abril deste ano durante cumprimento de mandado em Aparecida de Goiânia

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
“Quase me matou de susto”, diz idosa que teve casa invadida por engano pela Polícia Civil
Policiais invadem casa de idosa, em Goiás. (Foto: Reprodução)

Um vídeo tem circulado nas redes sociais, após uma idosa de 88 anos ter a casa invadida por engano pela Polícia Civil (PC) na cidade de Itapuranga, no Noroeste de Goiás.

Nas imagens, a vítima aparece bastante abalada, aos prantos, após ter o portão da casa arrombado pelos agentes.

“Invadiu, arrebentou o portão e entrou. Quase me matou de susto. [Estava] na minha cama assistindo meu programa e eles fazem uma coisa dessas comigo. Judiou demais comigo”, disse ela chorando.

Segundo a vítima, durante a ação, os policiais vasculharam os cômodos da residência e até chegaram a desligar as câmeras de segurança, mesmo com ela pedindo para não fazê-lo. 

O caso aconteceu na última sexta-feira (05), durante uma operação da PC. Em gravação de uma câmera de segurança, capturara por volta das 06h, é possível ver quando quatro agentes estão reunidos em frente a residência e, após cerca de 02 minutos, um deles consegue romper o portão, permitindo a entrada.

À TV Anhanguera, a família da idosa afirmou que o endereço que aparece no mandado judicial é diferente do que foi apresentado, sendo apenas a rua e lote iguais, mas com número da casa e quadra diferentes. 

Os familiares ainda reclamaram dos danos no portão e afirmaram que pretendem registrar um boletim de ocorrência. 

A operação foi realizada por policiais de Goiás e Mato Grosso (MT), que durante a data, realizavam o cumprimento de um mandado de busca e apreensão e um de prisão.

Em nota enviada à imprensa, a PC de Goiás argumentou que as ordens judiciais faziam parte da Operação Commercium Sine Tributo, realizada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil de Mato Grosso e que os policiais goianos apenas auxiliaram na diligência conferindo apoio operacional. 

Em contrapartida, a PC de MT confirmou que a operação é de lá, mas contrapôs afirmando que a conduta e a ação foram realizadas pelos policiais de Goiás e que os agentes de MT não estavam no local. 

Vale destacar que em abril deste ano, um outro caso de invasão ocorreu em Aparecida de Goiânia, quando uma família teve a casa invadida erroneamente por policiais de Goiás. 

Uma das moradoras chegou a registrar o momento e afirmou que os agentes apontaram uma arma para ela. No imóvel, também residia uma criança de 09 anos e outro de 02 meses. 

Leia as notas: 

Nota da Polícia Civil de Goiás:
A Polícia Civil de Goiás informa, com relação ao cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão ocorridos na sexta-feira (05/07), na cidade de Itapuranga-GO, no bojo da Operação Commercium Sine Tributo, decorrente de investigação realizada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Mato Grosso, que a diligência oriunda de mandado judicial foi realizada por policiais civis do Mato Grosso, responsáveis pela investigação, e que os policiais civis goianos apenas auxiliaram na diligência conferindo apoio operacional.

Nota da Polícia Civil de Mato Grosso:
É importante e primordial esclarecer: não foi ação de policiais civis de Mato Grosso na cidade citada. A operação é da Polícia Civil de Mato Grosso, mas a ação e conduta citadas foram em relação a policiais civis de Goiás, que davam apoio à operação.

A Polícia Civil de Mato Grosso esclarece que a residência alvo de mandado judicial da Operação Commercium Sine Tributo (por meio da Delegacia de Crimes Fazendários, Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e 14ª Promotoria de Justiça), deflagrada na última sexta-feira (05.07) nos estados de Mato Grosso e Goiás contra esquema na comercialização e transporte de grãos, foi apontada nas investigações, por meio de checagem em registros oficiais e entrevistas, como um dos locais que um dos investigados poderia ser localizado. A medida foi cumprida no endereço por uma equipe da Polícia Civil de Goiás, que deu apoio à operação.

Em relação à conduta dos agentes que estavam no endereço, o questionamento sobre suposto pedido para que câmeras do local fossem desligadas e eventuais excessos por parte da equipe policial deve ser feito diretamente à Polícia Civil de Goiás, uma vez que quem estava no endereço eram policiais da instituição de Goiás e não de Mato Grosso.

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