Entenda a rara síndrome de “olho do tigre”, que fez garotinho passar por cirurgia inédita em Goiânia

Com apenas 07 anos, pequeno foi diagnosticado com a doença degenerativa

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Luan e o pai dele, Paulo, pouco depois da cirurgia (Foto: Reprodução)Entenda a rara síndrome de “olho do tigre”, que fez garotinho passar por cirurgia inédita em Goiânia
Luan e o pai dele, Paulo, pouco depois da cirurgia (Foto: Reprodução)

Aos 07 anos, Luan foi uma das raras pessoas diagnosticados com a Síndrome de Hallervorden-Spatz, conhecida pelo sinal de ‘olho do tigre’, em exames de imagens. Sem cura, a esperança do garoto é ter uma melhora na qualidade de vida, proporcionada por meio de uma cirurgia inédita que envolve a implantação de eletrodos no cérebro, realizada em Goiânia.

A doença degenerativa é provocada pelo acúmulo anormal de ferro nos tecidos cerebrais e afeta, principalmente, a coordenação motora. Sintomas comuns e crescentes são a rigidez muscular, contrações musculares involuntárias, entre outros. Enquanto ainda não há uma cura, o avanço pode ser retardado para proporcionar melhor qualidade de vida.

Antes alegre e ativo, Luan, natural de Luiz Eduardo Magalhães (BA) passou a apresentar perdas progressivas de fala e mobilidade. Paralelamente, teve um aumento de câimbras, contrações musculares involuntárias e dores fortes.

No Brasil, havia sido realizado uma cirurgia inédita em 2021 para tratar a doença. Então, a família do garoto reuniu doações para que ele fosse operado pela neurocirurgiã envolvida na ocasião, a goiana Ana Maria Moura. O procedimento foi realizada em 21 de julho, sendo a segunda vez que ocorreu em solo brasileiro.

Como funciona

A cirurgia foi feita no Instituto de Neurologia de Goiânia (ING). Ao longo de 12 horas, a neurocirurgiã implantou dois eletrodos no cérebro do paciente, um de cada lado da cabeça.

Os polos condutores são conectados por um marcapasso cerebral, posicionado no lado direito do abdômen da criança, funcionando de forma similar ao marcapasso do coração. A partir dos estímulos elétricos enviados, o circuito dos movimentos se restabelece aos poucos. Assim, serão necessários ajustes periódicos de acordo com o avanço do paciente.

Por se tratar de uma operação complexa e pioneira, estiveram presentes médicos pediatra e anestesista, psicólogo, biomédicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, assim como acadêmicos da medicina.

A neurocirurgiã especializada na França segue acompanhando a recuperação do menino, que passará os próximos meses em Aparecida de Goiânia.

“Estamos muito otimistas quanto à melhoria na qualidade de vida do Luan e continuaremos acompanhando seu progresso de perto”, diz Ana Maria.

Além disso, Luan terá acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, tratado com fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e psicólogo.

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