Improviso e descaso: população volta a ficar sem atendimento por falta de macas em Anápolis

Prefeitura diz que busca solução com Governo do Estado, mas unidade de saúde municipal também contribui para agravamento do problema

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Imagem esquerda mostra homem sendo levado em cima de tábua de madeira, enquanto a direita mostra a fachada da Upa da Vila Esperança.   (Foto: Reprodução)
Imagem esquerda mostra homem sendo levado em cima de tábua de madeira, enquanto a direita mostra a fachada da Upa da Vila Esperança. (Foto: Reprodução)

Quase uma semana após a Prefeitura de Anápolis apontar que a retenção das macas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros pelas unidades de saúde do município seja um problema ‘pontual’ – pelo menos duas situações semelhantes chamaram atenção pela improvisação e impedimento nos atendimentos.

Na manhã desta terça-feira (20), um motociclista, vítima de acidente de trânsito na Avenida Brasil Norte, precisou ser removido de forma totalmente improvisada, em uma tábua, que serviu de apoio para que populares fizessem o transporte ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana).

No outro extremo da cidade, por volta de 11h, um caminhão tombou na principal via da Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). O caminhoneiro, foi retirado do veículo e ficou na área externa, com um corte da cabeça.

Em comum: a falta de macas.  Conforme apurado pelo Portal 6, não havia como o serviço de atendimento ser prestado pelo Corpo de Bombeiros ou mesmo Samu– já que as macas estavam retidas em unidades de saúde como Heana e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança.

Na prática, o malabarismo tem ocorrido com frequência entre profissionais das duas instituições a fim de driblar o problema e atender à população. Para muitos, situações semelhantes só haviam ocorrido em períodos de alta demanda – como a pandemia da Covid-19 e surto de dengue no município (que configurou, por semanas a fio, como líder em Goiás tanto em número de contaminados quanto de óbitos).

Um dos motivos alegados pela Prefeitura de Anápolis é de que a alta demanda do Heana estaria contribuindo para o cenário intempestivo. Assim, a Secretaria Municipal de Saúde já teria entrado em contato com SES – do Governo do estado – para ampliarem o suporte.

Por outro lado, o Heana é o único que atende, atualmente, em sistema ‘porta aberta’ em Anápolis – o que dá acesso livre à população que precisa de assistências de urgência e emergência. Anteriormente, essa demanda era dividida com a Santa Casa de Anápolis.

Assim, o hospital, que conta com 132 leitos de internação, sendo 51 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 81 de leitos de enfermaria, além de 24 pontos de atendimento no Pronto Socorro – e tem trabalhado bem acima da capacidade de atendimento.

Leia nota da prefeitura na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde informa que a situação relacionada às macas é pontual e ocasionada pela alta demanda nas unidades hospitalares. Além das ações de ampliação da rede de atendimento, como abertura do Centro Médico Jaiara ainda neste mês e do Hospital Municipal Georges Hajjar, em breve, já foi feito contato com a Secretaria Estadual de Saúde e também estão sendo tomadas medidas de acolhimento e atendimento para minimizar a questão.

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