Hacker do bem: entenda a profissão cada vez mais procurada por empresas em Goiás

Cenário de ataques cibernéticos tem criado demanda alta por profissionais capacitados em segurança de redes

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Trabalho é vanguarda no setor de informação (Foto: Reprodução/DCStudio/Freepik)

Com o avanço acelerado da tecnologia e a crescente dependência digital, o cenário do crimes tem se transformado drasticamente, migrando para o universo virtual. Essa transição não só ampliou o alcance e a sofisticação das atividades criminosas, como também gerou uma nova demanda no mercado de trabalho: a figura do “hacker do bem”.

Enquanto os crimes virtuais se tornam um problema global crescente, o Brasil se destaca com taxas alarmantes. Um levantamento da Check Point Research apontou que o número de ataques cibernéticos no primeiro trimestre de 2024 apresentou um aumento de 28% em relação ao trimestre anterior. Já no Brasil, o aumento foi de 38%.

Os hackers do bem desempenham um papel crucial nesse cenário. Esses especialistas são responsáveis por recuperar dados perdidos, reestabelecer sistemas comprometidos, identificar vulnerabilidades e desenvolver estratégias de prevenção contra ataques, segundo Joel Matos, especialista em inovação e soluções do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), ao Portal 6.

Conforme apontado pelo presidente da Associação das Empresas de Tecnologia de Goiás (Assespro-GO), Marcos Bernardo de Campos, a cibersegurança, hoje, se tornou um dos mercados mais pujantes do setor de tecnologia da informação. ” Com certeza é uma grande preocupação de todas as empresas de tecnologia”, ressaltou.

Com o mercado em expansão, os salários na área são bastante atraentes. Um técnico em informação pode começar recebendo cerca de R$ 5 mil, com a possibilidade de alcançar até R$ 50 mil ao se tornar um programador sênior, conforme Marcos. Além disso, a natureza digital da profissão permite a atuação remota, oferecendo flexibilidade e oportunidades para trabalhar de qualquer lugar do mundo.

Subárea dentro da ciência da computação, não há formação específica para o cargo. Sendo assim, cursos superiores como engenharia de software e engenharia da computação oferecem a base, sendo necessária especialização posterior em programação, análise de sistemas e segurança de redes, entre outras áreas correlatas.

Devido a este cenário e ao nível necessário de especialização, em Goiás, a demanda supera a quantidade atual de pessoas capacitadas. “A falta de mão de obra especializada é um problema nessa área. Temos um déficit grande em Goiás”, reforçou Marcos. Segundo o presidente da Assespro, é necessário investimento de grandes empresas de tecnologia para mudar o quadro e combater o crime digital.

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