Adolescente de Goiás consegue realizar sonho e deixar a família ainda mais unida

História foi compartilhada pela Defensoria Pública, que teve papel fundamental nessa empreitada

Samuel Leão Samuel Leão -
Riquelme, de 13 anos, conseguiu assumir o nome do pai socioafetivo. (Foto: Divulgação/DPE-GO)
Riquelme, de 13 anos, conseguiu assumir o nome do pai socioafetivo. (Foto: Divulgação/DPE-GO)

Tem gente que sonha com bens, ter filhos, viajar ou ter sucesso em determinada profissão. Esse não é o caso de Riquelme, goiano de 13 anos, cujo maior sonho era ser chamado de Cardoso – sobrenome do homem que conquistou o coração dele e se tornou o pai de coração, após quase 10 anos como uma família.

Riquelme vivia com a mãe, Elizângela Barbosa Damaceno, hoje com 37 anos, até completar 4 anos. Foi aí que surgiu Tiago Oliveira, açougueiro de 41 anos, que iniciou um relacionamento com ela. O que era apenas um namoro, cresceu até virar uma verdadeira família, conforme o pequeno foi recepcionando o novo integrante.

“Nós fomos no almoço na casa da tia dele [Riquelme]. Lá foi a primeira vez que ele me chamou de pai na frente das pessoas, e o pessoal comentou. Eu vi que a partir daquele momento mesmo ele já tinha aceitado a questão de ter uma pessoa a mais com ele e a mãe dele, que antes eram só os dois. Então, a partir daquele momento, ele abriu a porta de casa e falou assim: agora você pode entrar aqui em casa, tá tranquilo. Agora somos nós três”, lembra o pai.

O garoto foi logo criando novas expectativas: preencher o cabeçalho das provas da escola com o sobrenome, ser chamado por ele em consultórios médicos e mais. Foi aí que a família resolveu tomar uma atitude, aproveitando o Dia D do Meu Pai Tem Nome, da Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), ocorrido em Goiânia.

A decisão serviu para Riquelme, filho mais velho, se igualar aos irmãos Yuri Wellington, Nicolly Gabrielly e Emily Khyara, que surgiram do amor do casal. Conforme ele crescia, sentia falta de ter o mesmo nome que os irmãos, e aí surgiu a ideia de resolverem essa questão.

Família de Riquelme, de 13 anos. (Foto: Divulgação/DPE-GO)

“Eu já pensava, né? Imaginava. Ficava até brincando em casa, assim, colocando o nome, imaginando sobre o nome dele”, relembrou Riquelme Rodrigues Damaceno Cardoso. E a iniciativa não ocorreu apenas por capricho do garoto, mas também por diversos contratempos enfrentados por eles, sempre que o padrasto tinha que representar ou ser responsável pelo filho.

“Tem vez que tem lugar que a gente vai que não pode, só pode com a minha mãe. E também tem a questão dos irmãos terem [o nome de Tiago como pai]. Eu acho importante colocar o nome dele no meu nome, que aí eu já me sinto mais filho”, relata.

Após descobrir, via Instagram da DPE-GO, a realização do atendimento concentrado para reconhecimento de paternidade, resolveu aproveitar a chance para realizar o sonho do filho e evitar futuros contratempos. Tiago, o pai socioafetivo, concordou de imediato, e conseguiu autorização no trabalho para se ausentar e comparecer à Defensoria.

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