Adolescente de Goiás consegue realizar sonho e deixar a família ainda mais unida
História foi compartilhada pela Defensoria Pública, que teve papel fundamental nessa empreitada
Tem gente que sonha com bens, ter filhos, viajar ou ter sucesso em determinada profissão. Esse não é o caso de Riquelme, goiano de 13 anos, cujo maior sonho era ser chamado de Cardoso – sobrenome do homem que conquistou o coração dele e se tornou o pai de coração, após quase 10 anos como uma família.
Riquelme vivia com a mãe, Elizângela Barbosa Damaceno, hoje com 37 anos, até completar 4 anos. Foi aí que surgiu Tiago Oliveira, açougueiro de 41 anos, que iniciou um relacionamento com ela. O que era apenas um namoro, cresceu até virar uma verdadeira família, conforme o pequeno foi recepcionando o novo integrante.
“Nós fomos no almoço na casa da tia dele [Riquelme]. Lá foi a primeira vez que ele me chamou de pai na frente das pessoas, e o pessoal comentou. Eu vi que a partir daquele momento mesmo ele já tinha aceitado a questão de ter uma pessoa a mais com ele e a mãe dele, que antes eram só os dois. Então, a partir daquele momento, ele abriu a porta de casa e falou assim: agora você pode entrar aqui em casa, tá tranquilo. Agora somos nós três”, lembra o pai.
O garoto foi logo criando novas expectativas: preencher o cabeçalho das provas da escola com o sobrenome, ser chamado por ele em consultórios médicos e mais. Foi aí que a família resolveu tomar uma atitude, aproveitando o Dia D do Meu Pai Tem Nome, da Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), ocorrido em Goiânia.
A decisão serviu para Riquelme, filho mais velho, se igualar aos irmãos Yuri Wellington, Nicolly Gabrielly e Emily Khyara, que surgiram do amor do casal. Conforme ele crescia, sentia falta de ter o mesmo nome que os irmãos, e aí surgiu a ideia de resolverem essa questão.
“Eu já pensava, né? Imaginava. Ficava até brincando em casa, assim, colocando o nome, imaginando sobre o nome dele”, relembrou Riquelme Rodrigues Damaceno Cardoso. E a iniciativa não ocorreu apenas por capricho do garoto, mas também por diversos contratempos enfrentados por eles, sempre que o padrasto tinha que representar ou ser responsável pelo filho.
“Tem vez que tem lugar que a gente vai que não pode, só pode com a minha mãe. E também tem a questão dos irmãos terem [o nome de Tiago como pai]. Eu acho importante colocar o nome dele no meu nome, que aí eu já me sinto mais filho”, relata.
Após descobrir, via Instagram da DPE-GO, a realização do atendimento concentrado para reconhecimento de paternidade, resolveu aproveitar a chance para realizar o sonho do filho e evitar futuros contratempos. Tiago, o pai socioafetivo, concordou de imediato, e conseguiu autorização no trabalho para se ausentar e comparecer à Defensoria.