Anapolina corre contra o tempo para conseguir cirurgia e evitar que a filha de 5 anos perca a audição

Apesar da sinalização de urgência nos procedimentos, caso segue preso na Regulação. Mãe ainda tentou arrecadar dinheiro em uma vaquinha, mas meta ficou longe de ser alcançada

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Alice Liz de Oliveira Mendes tem apenas 05 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Alice Liz de Oliveira Mendes tem apenas 05 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Não é fácil.” Foi assim que Brenda Letícia de Oliveira Muniz, mãe da pequena Alice Liz de Oliveira Mendes, de apenas 05 anos, definiu ao Portal 6 a situação que a filha tem passado.

A garotinha foi levada há pouco mais de um mês para a Unidade de Saúde da Família (USF) Filostro Machado, após queixas nas amígdalas, além de adenoides nas duas narinas.

“As amígdalas dela são muito grandes, uma encostada na outra, mal consegue respirar. Tem dias que ela acorda de madrugada engasgando”, pontuou a mulher, em entrevista à reportagem.

Contudo, ao realizar exames para tratar as complicações, mais um problema de saúde foi descoberto: uma severa perda de audição progressiva.

Brenda tentou conseguir atendimento especializado para a garotinha na saúde pública, mas, preocupada com o agravamento da situação, optou pelo serviço particular pela rapidez, onde também realizou exames aprofundados.

Complicações

Por sorte, após não muito tempo, surgiu uma oportunidade no Ambulatório Municipal de Especialidades (AME), onde foi feito o acompanhamento sobre o caso, que só vinha piorando.

“Ela não ouve, quando escuta é bem pouco. Às vezes ela chega perto de mim e fala ‘mamãe, fala mais alto, não estou ouvindo'”, pontuou a mãe.

Alice tem perdido a audição progressivamente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Após muita luta, a médica conseguiu uma regulação para que fossem realizadas duas cirurgias: uma de otorrinolaringologia e hipertrofia de amígdalas e adenoides, colocando todos os pedidos com urgência.

No entanto, o que parecia mais uma vitória e uma luz de esperança, rapidamente se tornaria um pesadelo.

“Muitas pessoas tentaram nos ajudar, tentaram avançar o procedimento da regulação, mas não tem o que fazer. Tudo que nos falaram é que temos que aguardar”, relatou.

Em busca de alternativas

Brenda também chegou a cogitar realizar as operações em hospitais particulares, em especial à questão da audição, que pode resultar na surdez da garotinha, mas os valores são muito exorbitantes.

“As cirurgias são muito caras, custam entre R$ 8 e R$ 9 mil”, disse.

Uma vaquinha online para arrecadar fundos chegou a ser aberta, mas a família não conseguiu juntar mais do que R$ 400.

Não o bastante, Brenda precisou sair do emprego para se dedicar exclusivamente ao cuidado de Alice, complicando ainda mais as contas de casa.

“Tenho três filhos, tive que sair do trabalho. Precisei sair por conta dela, para ir nas consultas, fazer o acompanhamento. Para mim, que sou mãe solo, é ainda mais complicado. Não é fácil”, pontuou.

Como ajudar?

Agora, a manicure busca auxílios para conseguir a operação da pequena, mas reafirma: não é pelo dinheiro.

“É horrível, só choro, não durmo, não buscamos nem financeiro. Eu só quero uma vaga para ela, pode ser no SUS mesmo”, finalizou.

Doações podem ser realizadas por meio do site Vakinha. Brenda também divulgou o Pix 05128295192 (CPF) para depósitos de qualquer valor.

O que diz a Prefeitura?

O Portal 6 entrou em contato com a Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), para entender o porquê do caso não ter avanço. Em nota, a Semusa sustentou que a operação de otorrinolaringologia pediátrica é feita em Goiânia e é de responsabilidade do Estado de Goiás.

A reportagem ainda questionou a previsão de atendimento para Alice, uma vez que também foi encaminhada uma solicitação de cirurgia para hipertrofia de amídalas e adenoide. No entanto, a pasta não respondeu estes questionamentos feitos pela reportagem. O espaço segue em aberto.

Confira a nota na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Saúde informa que a cirurgia em otorrinolaringologia pediátrica, que a paciente necessita, é feita em Goiânia. O caso já foi inserido na Central de Regulação do Estado e aguarda disponibilidade de vaga pela mesma.”

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