Saiba detalhes dos golpes em shows da Joelma e Amado Batista que causaram prejuízo em Anápolis

Ao Portal 6, proprietário de uma das casas de shows detalhou como o suspeito, que se passava por uma empresa especializada, realizava as fraudes

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Saiba detalhes dos golpes em shows da Joelma e Amado Batista que causaram prejuízo em Anápolis
Golpista teria se envolvido em shows de Joelma e Amado Batista. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Amado Batista e Joelma, dois artistas renomados e que dificilmente seriam associados a um escândalo de fraude, acabaram com os nomes envolvidos em um esquema de golpes aplicados por uma empresa que explorava as imagens para enganar contratantes.

Em ambos os casos, a produtora, supostamente responsável pelas apresentações, cancelou os shows sem aviso prévio, deixando organizadores e fãs, que já haviam adquirido ingressos, sem qualquer reembolso.

Um dos envolvidos, representando a produtora, se tornou alvo de um inquérito do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic). A investigação teve início em 20 de setembro, após o cancelamento misterioso de um show de Joelma em Campo Limpo de Goiás.

Caso semelhante ocorreu em 2023, quando consumidores de Anápolis compraram ingressos de camarotes, ao custo de R$ 1 mil cada, para uma apresentação de Amado Batista, mas nunca receberam o ressarcimento.

Denúncia

Com base nessas denúncias, o Portal 6 recebeu, com exclusividade, mais uma queixa, relatando que o suposto golpista também enganou uma casa de shows, usando o nome da produtora para aplicar o golpe. O empresário responsável pelo estabelecimento afirmou ter sofrido um prejuízo total de R$ 40 mil ao contratar um show.

O golpe teria ocorrido entre junho e agosto de 2023, com valores transferidos em parcelas mensais de R$ 10 mil, até a data do evento, marcada para outubro.

“Em agosto, descobrimos o que estava acontecendo e cancelamos antes mesmo de anunciar o show e vender ingressos”, relembrou o empresário.

Os pagamentos eram feitos diretamente ao suspeito, que alegava repassá-los à agência responsável pela carreira do artista. No entanto, isso nunca aconteceu.

Como funcionava o golpe

Utilizando uma identidade falsa, o suspeito se passava pelo estabelecimento, entrava em contato com o escritório e solicitava que o estorno da transferência fosse feito diretamente para ele, alegando que o valor havia sido enviado para a conta errada.

Dessa forma, por meio de diversas transações e se passando pelo contratante, o estelionatário desviou R$ 40 mil. Durante o processo, ele enviava comprovantes adulterados ao dono do bar, garantindo que tudo estava normal.

“Ele conseguiu ficar com o dinheiro que eu havia transferido diretamente à agência. Mentindo para o pessoal de lá e se passando pelo dono do meu negócio, ele fez com que transferissem o valor para a conta dele”, relatou o empresário.

Descoberta do esquema

Após meses desconfiando das movimentações financeiras, o empresário decidiu contatar diretamente a agência responsável pelos shows, tendo uma surpresa desagradável.

“A equipe da agência esclareceu que não havia recebido pagamento algum pelo show. Explicaram que ele [o golpista] alegou ter feito a transferência para a conta errada e, por isso, devolveram o valor”, relatou.

O empresário, então, confrontou o suspeito, afirmando que levaria as provas, incluindo prints e registros das conversas com o escritório, para a delegacia caso ele não se explicasse.

Contra a parede, o suposto produtor garantiu que realizaria o pagamento, mas alegou estar aguardando receber um valor para “repassar em breve”.

“Ele disse que estava arrependido e iria pagar todo o prejuízo, mas sempre jogava para o próximo mês, e a gente sempre foi esperando”, relembrou.

Decisão

Assim se seguiram dias, semanas e meses, até que a casa de shows percebeu que havia sido vítima de um golpe, ao ver notícias sobre a empresa do golpista e receber relatos semelhantes ao deles.

Diante disso, o empresário planeja abrir uma ação contra o suspeito, que, além de lesá-los, também vitimou consumidores inocentes.

“Não é uma simples dívida. Ele falsificou comprovantes de Pix, assinaturas de contrato, se passou por dono de uma empresa que não é dele”, pontuou.

“O sentimento é de ser enganado, passado para trás, uma revolta. Principalmente ao ver que ele continua aplicando outros golpes, como o da venda de ingressos”, finalizou.

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