Pressão arterial de “12 por 8” agora é alerta de risco em nova classificação; entenda
Cardiologista avalia e orienta sobre cuidados que população precisa ter diante novo cenário
Em níveis mundiais e nacionais, a hipertensão é uma das principais causas de morte. No Brasil, estima-se que mais de 30% da população adulta sofra com pressão alta, de acordo com dados do Ministério da Saúde, sendo responsável por 50% dos casos de doenças cardiovasculares.
Mas uma nova informação chama mais a atenção. Novas diretrizes europeias classificaram a pressão arterial de 12 por 8 como elevada, o que reforça a necessidade de prevenção e acompanhamento regular de uma maior parte da população.
Tradicionalmente considerada normal, esse índice, agora, está na faixa de risco, conforme essa nova classificação.
A cardiologista cooperada da Unimed Goiânia Graciella Ganam, destaca que essa revisão reflete novas evidências científicas que identificam riscos cardiovasculares mesmo em níveis antes considerados saudáveis.
“Essa mudança amplia a ‘zona intermediária’, antes chamada de pré-hipertensão, agora classificada como pressão elevada, por essa diretriz”, explica a especialista.
Dessa forma, as classificações estabelecidas ficaram dessa forma:
- Pressão ideal: abaixo de 120/70 mmHg
- Pressão elevada: entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg
- Hipertensão: a partir de 140/90 mmHg
Cuidado
Para aqueles que se encontram na faixa de pressão elevada, a cardiologista recomenda controle do consumo de sal, praticar atividades físicas, manter o peso ideal e ter um monitoramento contínuo.
“Evite ultraprocessados, temperos artificiais e alimentos com alto teor de sódio, como fast foods e embutidos. Pratique exercícios pelo menos três vezes por semana. O excesso de peso é um fator de risco importante, pequenas reduções já trazem grandes benefícios para a pressão arterial”, afirma.
A especialista também indica consulta regulares com um cardiologista. “Especialmente os que estão na faixa de risco. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames como a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) de 24 horas para um diagnóstico mais preciso”, complementa.
Novo cenário
A cardiologista destaca que a nova diretriz terá impacto direto nas políticas de saúde. “Antes, as campanhas de prevenção focavam principalmente em pacientes com pressão acima de 14 por 9. Agora, precisaremos ampliar o alcance para incluir aqueles com pressão intermediária, o que significa uma abordagem mais precoce e eficaz”, enfatiza.
Graciella orienta que a população não fique em pânico e que cada caso deve ser avaliado individualmente.
“A mudança deve servir como um incentivo à adoção de hábitos saudáveis. Prevenção e acompanhamento médico contínuo são fundamentais para evitar a progressão para a hipertensão”, finaliza.