Saiba como pesquisa da UFG pretende acelerar descobertas no tratamento de diabetes usando IA
Projeto busca reduzir pela metade o tempo de desenvolvimento de novos fármacos
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) busca utilizar a Inteligência Artificial (IA) para acelerar a descoberta de novos fármacos para o tratamento da diabetes tipo 2, procurando opções promissoras em um banco de dados com mais de um milhão de moléculas.
O projeto é uma parceria entre o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e a Faculdade de Farmácia (FF), desenvolvida no Laboratório de Planejamento de Fármacos e Modelagem Molecular (LabMol).
A expectativa dos professores coordenadores, Guilhermino Pereira Nunes (ICB) e Carolina Horta Andrade (FF), é que o projeto reduza pela metade o tempo de desenvolvimento de um novo medicamento, que hoje pode levar cerca de 15 anos.
Além disso, espera-se que o uso de IA no processo reduza custos, diminua o teste em animais e aumente a precisão na escolha de moléculas que têm potencial para serem usadas no tratamento, que devem se tornar mais eficazes e seguros.
Como funciona?
Para identificar potenciais medicamentos, o projeto emprega a IA para analisar moléculas em nível atômico, prevendo quais podem ser mais eficazes dentre um extenso banco de dados com mais de um milhão de opções.
As probabilidades são calculadas a partir das propriedades de cada uma e das interações entre elas. O grande número de moléculas é filtrado à medida que são identificadas as características, selecionando as melhores opções a serem estudadas.
Ao Jornal UFG, Guilhermino explicou que “assim como no organismo humano, os medicamentos precisam interagir de maneira específica com proteínas para funcionarem corretamente. A IA nos ajuda a prever essas interações, garantindo que as moléculas escolhidas tenham o encaixe ideal”, afirmou.
A partir dessa triagem, o estudo passa pela fase de validação biológica, quando as opções avaliadas como promissoras passam por testes in vitro. Em seguida, os pesquisadores buscam a patente, bem como laboratórios farmacêuticos que se interessem em produzir os medicamentos. Por fim, são realizados testes finais exigidos pelas agências reguladoras.