“Nós queremos fazer uma Câmara muito mais moderna”, diz Andreia Rezende sobre inovações que pretende implementar durante mandato
Primeira mulher presidente da do Legislativo é a entrevistada desta semana do '6 perguntas para'
Mulher mais bem votada para a Câmara de Anápolis no último pleito, com 3.571 votos, Andreia Rezende (Avante) está em seu segundo mandato no Legislativo.
Eleita presidente da Casa, ela é a terceira integrante da família a ocupar o posto. O primeiro foi o pai, Amilton Batista, entre 2011 e 2012, e o irmão, Amilton Filho (MDB), esteve à frente entre 2017 e 2018.
Ao “6 perguntas para” desta semana, Andreia afirmou que a intenção é tornar a Câmara mais moderna, alinhada com as demandas da cidade e mais próxima da população.
Primeira mulher a comandar o Legislativo, ela diz se sentir realizada ao assumir o posto, mas encara a função com muita responsabilidade e espera que sua gestão seja um avanço para todas as mulheres.
Sobre a relação entre Legislativo e Executivo, Andreia destaca a amizade que possui com o prefeito Márcio Corrêa (PL), mas ressalta que haverá cobranças quando necessário.
1. Quais foram os principais desafios que você enfrentou nesses primeiros 20 dias como presidente da Câmara Municipal?
Andreia Rezende: Os principais desafios que estamos enfrentando neste início de gestão são realmente alinhar as questões administrativas e implantar o novo modelo de gestão que queremos para a Câmara. Nosso objetivo é fazer uma Câmara mais moderna, conectada com as demandas da cidade e também com a população. A população precisa entender que a Câmara Municipal é a casa deles.
2. Como você se sente ao ser a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal de Anápolis? Qual é o impacto simbólico dessa conquista para você e para as mulheres anapolinas?
AR: Eu me sinto muito feliz e realizada, mas também com um grande senso de responsabilidade. Encaro a grandeza do momento e a necessidade de transformá-lo em algo mais que um marco pessoal — um marco de avanço para todas as mulheres.
Em um passado não tão distante, nesses lugares as mulheres sequer eram vistas. Hoje, elas podem sonhar e ocupar de fato esses espaços. Isso deve se traduzir não só em abrir caminhos, mas também em políticas públicas eficientes para que as mulheres sejam mais respeitadas e valorizadas.
3. Já foi possível implementar alguma ação ou mudança significativa nesse curto período a frente da Câmara?
AR: Sim, já conseguimos implementar algumas mudanças. Foram 20 dias de muito trabalho, durante os quais realizamos três sessões extraordinárias, já adotando um modelo mais moderno e mais alinhado com as demandas reais da sociedade.
Ampliamos a Procuradoria da Mulher, incluindo as pautas da Infância e Juventude e da Pessoa com Deficiência, que são demandas reais da população.
Além disso, criamos as comissões de Meio Ambiente e Saneamento, Segurança Pública e Mulher. São temas que queremos aprofundar e trabalhar ao longo desta legislatura.
4. Quais são as prioridades da sua gestão para os próximos meses na presidência da Câmara?
AR: Primeiro, quero oferecer aos vereadores as condições necessárias para que possam exercer seu papel de agentes de transformação, como foram eleitos para isso. Isso inclui uma comunicação eficiente e uma estrutura da Câmara que esteja aberta para o desenvolvimento dos trabalhos.
Em segundo lugar, queremos levar para dentro da Câmara temas de interesse social. Estamos discutindo um novo Plano Diretor, questões importantes de Meio Ambiente, macrodrenagem e também mantendo uma parceria estreita com o Executivo nas demandas da cidade. Afinal, os vereadores são os que mais recebem as demandas da população.
Já estamos trabalhando em três eixos temáticos em parceria com a Prefeitura: Saúde, Educação e a limpeza da cidade.
5. Como será o relacionamento entre a Câmara Municipal e o Executivo durante sua Presidência?
AR: É inegável o vínculo e a parceria pessoal que tenho com o prefeito Márcio Corrêa, mas entendo a importância do Poder Legislativo. Neste momento, buscamos uma parceria harmônica, mas também com espaço para cobranças, quando necessário. A ideia é que possamos criticar e atuar juntos pelo bem da cidade. A parceria deve ser orientada pelos interesses da população.
6. O que você espera que seja o principal legado da sua gestão como presidente da Câmara?
AR: Espero que as pessoas reconheçam o trabalho sério e dedicado dos vereadores. Quero que a Câmara seja um espaço onde as questões da cidade sejam discutidas com seriedade, transparência e proximidade da população.