Cinéfilo aponta “problema grande” no filme Ainda Estou Aqui
Ademir Luiz sinalizou para o salto na continuidade, que sequer fica bem explicado pela obra


“Ainda estou aqui tem um problema muito grande, na minha opinião”, cravou o cinéfilo e pós-doutor Poéticas Visuais e Processos de Criação, Ademir Luiz.
Ele, que faz parte da Academia Goiana de Letras (AGL) e ministra aulas pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), explicou a análise durante o programa Agora, do Portal 6 com a rádio 105.7 FM.
“Se o filme tivesse terminado com a família indo para São Paulo, seria uma obra-prima”, revelou.
Segundo ele, a problemática mora na evolução repentina dos personagens, com o autor do livro que inspirou a obra, Marcelo Rubens Paiva, aparecendo de repente na cadeira de rodas.
“Quem não conhece a história dele, fica confuso. Os jovens também aparecem adultos, não dá para saber quem é quem”, complementou.
Ainda segundo Ademir, o salto dado na história foi abrupto, impedindo que a narrativa fosse fechada em si.
A problemática que norteia a narrativa é o desaparecimento de Rubens Paiva e, o desfecho, ou a ação que ocorre por isso, é a ida da família para São Paulo.
Por fim, ele ressaltou que poderia acabar ali, sem que o longa perdesse a estética cinematográfica e adquirisse a “estética novela”, com a reunião dos familiares e o estilo de filmagem final.