Especialista explica sobre avanço de IA nas salas de aula: “Revolução Industrial”

Ao Portal 6, pesquisadora e professora da PUC salienta que momento demonstra avanço na educação pedagógica

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Especialista explica sobre avanço de IA nas salas de aula: “Revolução Industrial”
Jullena Normando. (Foto: Divulgação)

Não é somente dentro das empresas  que a Inteligência Artificial (IA) tem ganhado espaço. Nas salas de aula, as IAs já são uma realidade e têm substituído professores em alguns lugares do mundo. A Alpha School, localizada no Texas, é um dos exemplos. A instituição aplicou um modelo educacional inovador que substitui o ensino tradicional por um sistema personalizado. Em vez de docentes nas salas, há tutores virtuais que adaptam os conteúdos e atividades conforme o desempenho individual.

O novo modelo tem sido alvo de discussões, levantando dilemas sobre o futuro da educação. Ao Portal 6, a doutoranda sanduíche em Comunicação pela UFG e Universidade da Califórnia, em San Diego, pesquisadora em Comunicação e Inteligência Artificial e professora universitária da PUC-GO, Jullena Normando, salienta que o momento demonstra um avanço no que diz respeito à educação pedagógica.

“Eu diria que estamos vivenciando um momento de mudança de paradigma, como se fosse na Revolução Industrial, que é uma dinâmica mais genérica, que pode automatizar processos burocráticos por meio de tarefas mais mecânicas”, reflete.

Se, por um lado, a incorporação das IAs nas salas de aula pode ampliar o acesso e estimular uma dinâmica diferente de aprendizado, por outro, há a preocupação de que modelos desse tipo possam criar alunos dependentes das máquinas. Outro ponto que gera preocupação e entra na discussão é que a IA, de fato, substitua os professores.

Para a profissional, o papel e a função dos professores continuarão sendo essenciais, uma vez que eles são entendidos como sujeitos políticos, mediadores culturais e formadores críticos.

“É importante entendermos que elas [as IAs] são modelos de linguagem. Elas vão seguir o que a gente entrega. Elas podem simular diálogos, mas não são seres humanos… No que se refere à educação, os modelos podem ser moldados, mas não há uma substituição. […] A preocupação é que, com a mecanização, as pessoas deixem de pensar e criem atalhos, caso não tenhamos um letramento e uma forma de lidar com essa questão”, destaca.

De acordo com ela, a chave para a resolução da questão exige um equilíbrio entre a IA e as práticas pedagógicas tradicionais, potencializando o aprendizado sem abandonar a mediação humana.

“A IA pode até simular atenção, mas não sente, não sofre, não sonha. Se o que está em jogo é a formação de sujeitos conscientes, isso exige encontro, presença e responsabilidade afetiva”, destaca.

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