Por que a Praça da Morte em Anápolis leva esse nome tão assustador?
Local é um dos lugares que guardam histórias que vão além de bancos, árvores ou iluminação urbana

Quando se fala em “Praça da Morte” em Anápolis, muitos imaginam lendas antigas, histórias de assombração ou relatos de tempos coloniais.
Na verdade, o nome sombrio nasceu de um episódio concreto e profundamente doloroso. Um acidente real marcou aquele espaço urbano, transformando-o em um lugar de memória, luto, devoção e união comunitária.
O local é oficialmente conhecido como Praça dos Romeiros, ou Praça Manoel Gonçalves da Cruz, situada na confluência dos bairros Jardim Alexandrina e Maracanã.
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O que motivou a alcunha “Praça da Morte” foi um trágico acidente ocorrido na madrugada de 8 de setembro de 1998: um grupo de cerca de 98 romeiros de Anápolis que retornava de Aparecida do Norte (SP) sofreu uma colisão entre o ônibus em que viajavam e um caminhão, resultando na morte de 55 pessoas.

(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
A comoção foi nacionalmente sentida, localmente profunda, as vítimas eram em grande parte moradores da região onde hoje se encontra a praça.
Dois anos após a tragédia, em 2000, pela Lei Municipal nº 2.709 de 28 de novembro, o local passou a se chamar Praça dos Romeiros, com um memorial em homenagem às vítimas.
Em 2023, a praça foi tombada como patrimônio histórico municipal por meio da Lei nº 4.249.
Como guia turístico de emoção e lembrança, visitar a antiga “Praça da Morte” é mergulhar num momento triste de Anápolis, mas também ver como a cidade escolheu transformar dor em memória ativa.
Ao caminhar pelas calçadas, ver o monumento erguido em memória, conhecer as placas, conversar com moradores que ainda preservam viva a lembrança anual da missa celebrada em 8 de setembro, tudo isso revela um espaço urbano que serve de ponte entre passado e presente.
Além disso, entender o contexto local ajuda a perceber que chamar de “Praça da Morte” não é simplesmente usar uma expressão de impacto: é referência direta ao número de vidas perdidas naquele evento, à repercussão que teve na comunidade, e ao modo como aquela praça entrou no imaginário de Anápolis como ponto de memória coletiva.
Para quem visita Anápolis, a Praça dos Romeiros é um dos lugares públicos que guardam histórias que vão além de bancos, árvores ou iluminação urbana. São lembranças do que foi, do que não pode se esquecer, e do que a cidade escolhe preservar, não para reviver a dor, mas para prestar homenagem.
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