Goiânia é a capital que menos utiliza transporte público no Brasil, aponta pesquisa
Elevado uso de veículos particulares já havia sido apontado como um dos principais problemas no trânsito pelo PlanMob

Dados da pesquisa Viver nas Cidades – Mobilidade, realizada em parceria entre o Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) e o Ipsos, indicam que Goiânia é a capital, entre as dez mais populosas do Brasil, que menos utiliza o transporte coletivo público.
Segundo o levantamento, o carro particular é o principal meio de locomoção da população da cidade, representando 41%. Já os veículos por aplicativo aparecem com 10%.
O estudo buscou a opinião dos moradores pela internet. No caso da capital goiana, verificou-se que ela é a única onde o uso do carro supera, inclusive, a quantidade de pessoas que utilizam ônibus públicos.
A pesquisa ainda indica que, entre os que responderam, 49% afirmaram que usariam o transporte coletivo se o tempo de espera nos pontos, estações e terminais fosse menor. Outros 44% disseram que fariam a mesma escolha caso o trajeto fosse mais rápido em relação aos outros meios de transporte.
Intensificação do trânsito
O elevado uso de veículos na capital já havia sido apontado como um dos principais problemas no Plano de Mobilidade Urbana de Goiânia (PlanMob), realizado entre 2020 e 2023, e oficializado em abril de 2024.
“Geralmente, isso leva ao esgotamento do sistema viário, e vem tendo um crescimento da frota muito grande”, explica o coordenador de Relações Institucionais do ICS, Igor Pantoja, ao Jornal Daqui.
No próprio planejamento, há uma meta para reduzir os deslocamentos em transportes individuais para cerca de 25%.
Para a arquiteta, urbanista e doutora em Transportes, a professora da UFG Erika Kneib, os dados mostram uma realidade contrária à de outras capitais que, ao longo dos anos, adotaram políticas para reduzir o uso do automóvel.
“Goiânia, infelizmente, se destaca negativamente, confirmando que as políticas públicas de incentivo ao carro e à moto, por aqui, têm agravado tais condições”, destacou.
O que diz a CMTC?
Diante das respostas dos entrevistados, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) ressaltou a necessidade de melhorar a velocidade dos ônibus e destacou que é preciso dar prioridade ao transporte coletivo no trânsito e na sincronização semafórica.
“Entende-se que esse caminho é um fator preponderante para que a opção pelo ônibus seja feita pelas vantagens estruturais — como todo o investimento em obras e frota em andamento —, bem como no tempo de deslocamento, a exemplo dos grandes centros que apostam em mobilidade”, informou a companhia.
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