Genética ou rotina: Psicologia explica por que as crises de ansiedade acontecem
Especialistas apontam que fatores biológicos e experiências emocionais se combinam e influenciam diretamente no desenvolvimento da ansiedade

A ansiedade é um sentimento comum, presente na rotina de quase todo mundo.
Mas, quando passa a ser constante e intensa, pode se transformar em algo mais sério: as chamadas crises de ansiedade, que provocam sintomas físicos e emocionais e afetam a qualidade de vida.
Por muito tempo, acreditou-se que esse tipo de problema era apenas resultado do estilo de vida moderno, o estresse, o excesso de estímulos e a correria.
O que se sabe
Mas a psicologia e a neurociência mostram que as origens da ansiedade vão muito além disso e envolvem tanto fatores genéticos quanto experiências do ambiente em que vivemos.
Segundo especialistas, há pessoas que nascem com uma predisposição biológica para sentir ansiedade com mais intensidade.
Isso acontece por causa do funcionamento de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que regulam o humor e as respostas emocionais.
Quando há desequilíbrio nesses sistemas, o organismo tende a reagir de forma mais sensível a situações de tensão.
Mas o ambiente também exerce um papel determinante no desenvolvimento da ansiedade.
Traumas, convivência em ambientes estressantes, pressão no trabalho ou na escola e até a forma como cada pessoa aprendeu a lidar com frustrações na infância podem estimular padrões mentais que aumentam a ansiedade.
Ou seja, genética e vivência caminham juntas e se influenciam mutuamente.
Segundo a psicóloga Carla Mendes, o segredo está no equilíbrio entre mente e corpo.
Ela explica que a ansiedade é uma reação natural do organismo, mas que viver em estado de alerta constante faz o sistema nervoso entender que há um perigo real o tempo todo — e é assim que as crises costumam surgir.
Entre os sintomas mais comuns estão taquicardia, tremores, falta de ar, aperto no peito e sensação de perda de controle. O tratamento varia de acordo com a intensidade dos episódios, podendo envolver terapia, exercícios de respiração, mudanças de rotina e, em alguns casos, acompanhamento médico e uso de medicação.
Os especialistas reforçam que reconhecer os sinais precocemente e buscar ajuda é o passo mais importante. Cuidar da saúde mental não é sinal de fraqueza, mas um ato de consciência e autocuidado.
Como saber de onde vem a ansiedade
De modo geral, quando as crises surgem em fases de estresse, excesso de trabalho ou mudanças de rotina, o gatilho costuma estar ligado ao ambiente e às pressões do dia a dia.
Mas quando aparecem sem motivo aparente e de forma constante, o mais provável é que exista influência genética ou desequilíbrio químico nos neurotransmissores que controlam o humor e as emoções.
Nesses casos, o acompanhamento psicológico e médico é essencial para identificar a origem e definir o tratamento mais adequado.