Israelândia e Palestina de Goiás, porque essas cidades em Goiás levam esses nomes?
Dupla enigmática no mapa goiano vai além de rótulos bíblicos

Em pleno rodeio do Centro-Oeste, dois municípios de Goiás guardam nomes que despertam imediato fascínio: Israelândia e Palestina de Goiás. Não são alusões literais a países distantes, mas registros vivos de lutas locais, votos comunitários e escolhas marcadas pela fé e pela memória.
Se o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que Palestina de Goiás tem 3.132 habitantes em 2022, e Israelândia seus cerca de 2.786 habitantes estimados em 2020 — sintetiza uma história de garimpo e identidade local.
Israelândia e Palestina de Goiás, porque essas cidades em Goiás levam esses nomes?

Print mostra a distância entre as cidades de Israelândia e Palestina de Goiás. (Foto: Captura)
Israelândia nasceu nas trilhas dos buscadores de ouro e diamante. Desde 1942, quando foram descobertas jazidas no Rio Claro e no Córrego do Vaz, por iniciativa de um comprador de metais preciosos chamado Israel de Amorim, o lugar atraiu aventureiros e garimpeiros. Era povoado em formação, ainda chamado Monchão do Vaz.

Israelândia. (Foto: Reprodução)
Depois evoluiu para distrito de Iporá (Lei Municipal nº 54, de 1953) e, em 1958, conquistou sua autonomia política por meio da Lei Estadual nº 2.114 — adotando o nome Israelândia, em homenagem ao seu pioneiro e agitador local, Israel de Amorim. A instalação formal deu-se em 1º de janeiro de 1959.
Já Palestina de Goiás — município relativamente pequeno e rural — construiu seu nome de modo mais participativo. No começo, era povoado ligado a Caiapônia e vivia sob influência de missões presbiterianas locais. Na década de 1950, surgiu a necessidade de escolher um nome, e o reverendo Raimundo Pitman convocou um plebiscito entre moradores: disputavam “Palestina” e “Jerusalém”, e venceu Palestina por 84 votos a 36.

Montagem da Palestina de Goiás. (Foto: Reprodução)
Em 1968, o local foi elevado a distrito pela Lei Estadual nº 7.188, e em 30 de dezembro de 1987 alcançou a emancipação municipal pela Lei nº 10.404 — com acréscimo de “de Goiás” para distingui-la de outra Palestina existente em São Paulo.
Mais do que nomes com ressonância bíblica, Israelândia e Palestina de Goiás simbolizam trajetórias de decisão local e homenagem – uma à figura de quem lutou por um destino, outra à vontade coletiva de escolher identidade. Você pode visitar ambas, andar pelas ruas que guardam esses vestígios, conversar com moradores que veem seu município como legado de sonhos e debates, e sentir que o nome é só o ponto de partida para histórias muito mais ricas.
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