Bebê em estado crítico aguarda transferência para fazer cirurgia no Hospital das Clínicas, em Goiânia
Pequena teve uma hemorragia cerebral grave e aguarda realização de procedimento na unidade

Internada na Maternidade Dona Íris, em Goiânia, com risco de morte, a bebê Helena Fernandes Lima, de apenas 41 dias, aguarda uma cirurgia urgente de derivação ventrículo-peritoneal (DVP) — procedimento que implanta um sistema de tubos para drenar o excesso de líquido cefalorraquidiano (LCR) dos ventrículos do cérebro — no Hospital das Clínicas (HC). O procedimento já foi determinado pela Justiça.
A pequena está em estado crítico devido a uma hemorragia cerebral grave, conforme relata a mãe dela, Ariele Fernandes.
Segundo Ariele, o parto de Helena e da irmã gêmea ocorreu de forma prematura, com apenas 26 semanas de gestação. Elas nasceram com 840 e 814 gramas.
“No início, receberam todos os cuidados na UTI neonatal, mas ao longo do tempo desenvolveram hemorragia cerebral. Primeiro grau 1 e 2, depois evoluiu para grau 3, caracterizando hidrocefalia”, explicou a mãe ao Mais Goiás.
A irmã, Eloísa, foi encaminhada ao Hospital das Clínicas no dia 13 de outubro e já está fora de risco.
Batalha judicial
Para conseguir o procedimento cirúrgico, a família precisou recorrer à Justiça, que concedeu um mandado de segurança solicitando a transferência imediata da bebê para o Hospital das Clínicas — unidade que possui equipe habilitada em neurocirurgia pediátrica.
Na decisão, proferida pelo juiz Everton Pereira Santos, foi determinado que Helena fosse hospitalizada em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil ao superintendente do hospital, limitada a 30 dias. Apesar da sentença, a bebê ainda segue aguardando para realizar o procedimento.
O documento permite que a secretaria do juízo contate o hospital diretamente para garantir o cumprimento da ordem. O ofício considera a situação grave e classifica o caso como urgente.
Conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a ação é respaldada pelo direito constitucional à saúde e pela prioridade absoluta da criança.
A defesa da família, representada pela advogada Letícia Simões, afirma que não há nenhum impedimento técnico para que a cirurgia seja realizada.
“A decisão judicial determina que Helena seja internada imediatamente, mas o hospital ainda não cumpriu a ordem. A bebê continua em risco, enquanto há leitos disponíveis e equipe preparada para o procedimento”, afirmou a advogada.
Em nota enviada à imprensa, o Hospital das Clínicas da UFG informou que uma vaga foi liberada para a paciente na UTI neonatal. Às 16h, a família informou que aguardava uma ambulância para transferir a bebê.
Leia a nota
“O Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Rede Ebserh, informa que já há uma vaga liberada para a paciente H.F.L. ser internada na UTI neonatal desta unidade, onde será avaliada e acompanhada pela equipe médica da instituição.