Após polêmica com aluguéis, proprietários do maior hotel de Caldas Novas destituem e substituem administradora do local
Donos relatam dívidas, falta de transparência e irregularidades que culminaram na troca

Após mais de um ano de disputas judiciais envolvendo os proprietários do Riviera Park Hotel, localizado em Caldas Novas, e a empresa administradora do local, WAM Riviera, o caso ganhou um desfecho.
A informação foi repassada ao Portal 6 nesta quinta-feira (27) por proprietários que participaram do encontro e relataram que a decisão ocorreu após uma reunião que durou cerca de 16 horas.
Durante a assembleia, os condôminos aprovaram a destituição da atual administração por considerarem a gestão temerária — caracterizada, segundo eles, por condutas imprudentes, contas reprovadas, dívidas acumuladas e outras irregularidades administrativas.
Ao todo, 375 proprietários votaram pelo afastamento completo da gestão ligada à WAM.
Com a mudança aprovada, a Atlantica Hospitality International foi escolhida como nova administradora para o biênio vigente.
Contexto
Toda a polêmica começou quando os proprietários relataram, em agosto de 2024, que passaram a sofrer restrições para alugar as unidades de forma independente, o que, segundo eles, limitava a liberdade de escolha dos condôminos em relação à locação dos flats.
Eles afirmam que a empresa estaria impedindo os condôminos de definir por conta própria o aluguel da propriedade, obrigando-os a aderir ao sistema pool da administradora.
A WAM, por sua vez, defendia a obrigatoriedade do pool oficial — no qual os proprietários entregam as unidades à administração e recebem remuneração conforme o desempenho do conjunto, e não pela ocupação individual.
A empresa justificava as ações como medidas de combate ao chamado “pool paralelo”.
“O condomínio apenas cumpre a convenção e as mais de 60 decisões judiciais que vedam expressamente a exploração hoteleira paralela e irregular”, afirma a organização.
Novas denúncias
Desde então, os proprietários buscavam realizar uma assembleia para destituir a administração e eleger um novo Conselho Consultivo e Fiscal, mas todas as tentativas foram frustradas.
Ao longo desse período, e diante da falta de resolução, a situação do condomínio se deteriorou: protestos em cartório, dívidas acumuladas com fornecedores e pendências operacionais passaram a fazer parte da rotina do empreendimento.
A discussão inicial, que girava em torno do modelo de locação, evoluiu para denúncias de má administração por parte da empresa, motivando o pedido de destituição da WAM pelos proprietários.
Os condôminos também relataram problemas estruturais, como garagem com vazamentos constantes — sem solução definitiva apresentada —, acúmulo de lixo nas escadas, que se tornaram pontos de concentração de resíduos, e aparente ausência de planejamento para reparos essenciais.
Segundo eles, a administração não fornecia informações sobre a destinação dos recursos arrecadados, aplicava multas exorbitantes próximas às assembleias e acumulava processos contra os próprios proprietários.
Além disso, eles acusam a WAM de tomar decisões sem aprovação coletiva, como: tentativa de aumento da taxa condominial sem convocação de assembleia; aplicação de multas na véspera das reuniões, impedindo proprietários de votar; e cobrança de penalidades consideradas abusivas, muitas ultrapassando 10% do valor do condomínio, em desacordo com o que os moradores consideram razoável e proporcional.
O Portal 6 tentou entrar em contato com a WAM para obter um posicionamento sobre a decisão, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto.
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