A 7 horas de São Paulo, cidade do “Fim do Mundo” encanta com paisagens glaciais únicas e atrai brasileiros
Cidade combina trilhas, navegação, história e frio intenso em uma das experiências turísticas mais singulares do planeta

Viajar por cerca de sete horas rumo ao sul pode significar chegar a um lugar onde as montanhas encontram o mar, o frio molda a paisagem e o tempo parece seguir outra lógica. É assim em Ushuaia, cidade argentina conhecida mundialmente como o “Fim do Mundo”, que tem se tornado um destino cada vez mais buscado por brasileiros em busca de cenários glaciais, natureza preservada e experiências fora do comum.
Localizada na província da Terra do Fogo, às margens do Canal Beagle e aos pés da Cordilheira dos Andes Fueguinos, Ushuaia reúne atrações distribuídas entre montanhas, lagos, florestas e o oceano.
O acesso a partir de São Paulo, com voos que duram entre seis e sete horas, facilita a chegada ao que é considerada a cidade mais austral do planeta com estrutura urbana completa.
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Experiências em Ushuaia
Um dos principais cartões-postais da região é o Parque Nacional Tierra del Fuego. O local concentra trilhas que permitem contato direto com áreas preservadas, como a Senda Costera, percurso que acompanha o litoral do Canal Beagle e atravessa florestas típicas da Patagônia. Durante a caminhada, é comum avistar animais como raposas e castores, além de paisagens moldadas pelo vento e pelo frio.
As experiências seguem pelo mar. Navegações pelo Canal Beagle levam visitantes até a Ilha dos Lobos, onde vivem leões-marinhos, e ao icônico Farol Les Eclaireurs, um dos pontos mais fotografados da cidade. O trajeto ajuda a compreender a importância marítima da região e sua ligação histórica com as rotas austrais.
Outra atração que conecta passado e paisagem é o Trem do Fim do Mundo. O passeio percorre antigas áreas utilizadas por presidiários no início do século XX, atravessando bosques que mudam completamente de aparência conforme a estação: cobertos de neve no inverno ou tomados por vegetação no verão.
Para quem busca trilhas e contato ainda mais próximo com o gelo e a montanha, o Glaciar Martial e a Laguna Esmeralda ampliam o leque de opções. As caminhadas variam em nível de dificuldade e revelam cenários que reforçam a sensação de estar em um território extremo, marcado por baixas temperaturas e natureza dominante.
O clima é parte essencial da experiência. No verão, entre dezembro e fevereiro, os dias são longos, com até 18 horas de luz solar, e temperaturas que giram entre 10 °C e 15 °C durante o dia. Já no inverno, de junho a agosto, os termômetros variam de -2 °C a 5 °C, com sensação térmica ainda mais baixa devido aos ventos constantes, que podem levar a sensação a cerca de -10 °C.
Além da natureza, Ushuaia oferece vivências culturais que ajudam a entender sua identidade. A gastronomia valoriza produtos locais, como a centolla, caranguejo típico da região. Já o Museu do Fim do Mundo apresenta a história dos povos indígenas yámanas, da colonização europeia e do papel estratégico da cidade na ocupação do extremo sul argentino.
História por trás do apelido
O apelido de “Fim do Mundo” vai além do marketing turístico. Ushuaia está situada a cerca de 3.200 quilômetros de Buenos Aires e se consolidou como o último grande núcleo urbano antes das rotas que levam à Antártida. Fundada oficialmente em 1884, a cidade teve seu crescimento impulsionado pela instalação de um presídio, cujos detentos ajudaram a construir estradas, edifícios e a base da infraestrutura local.
Hoje, com aproximadamente 75 mil habitantes, Ushuaia mantém vida urbana ativa durante todo o ano. A cidade abriga escolas, universidades, hospitais e um porto que figura entre os mais movimentados do hemisfério sul para cruzeiros polares. O contraste entre rotina cotidiana e paisagens extremas é parte do fascínio que atrai visitantes do mundo todo.
Mais do que marcar um ponto no mapa, Ushuaia simboliza a presença humana em um dos ambientes habitados mais austrais do planeta — um lugar onde história, clima e natureza se encontram para oferecer uma experiência que vai muito além do destino turístico.
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