Alunos da Paraíba criam tecnologia simples de dessalinização que transforma água salobra em potável e produz até 16 litros por dia com estufas caseiras
Em uma terra castigada pela seca, uma solução inesperada começou a mudar rotinas

No coração do Cariri paraibano, onde a escassez de água define hábitos e limites, uma iniciativa acadêmica vem alterando a relação de famílias com um dos recursos mais raros e preciosos da região.
Em um cenário marcado por longos períodos de estiagem e municípios em situação de emergência, estudantes e pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba desenvolveram uma tecnologia simples capaz de transformar água salobra em potável, usando apenas o sol e materiais acessíveis.
A realidade local por lá é dura e impactante. Em cidades como Caraúbas, cada gota de água é medida com cuidado. Embora exista água no subsolo, ela geralmente apresenta alto teor de sal, o que inviabiliza o consumo humano.
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Em muitos casos, a perfuração de poços atende apenas à criação de animais. Testes mostram concentrações de até 7 gramas de sal por litro, acima do limite considerado seguro para ingestão.
Foi diante desse desafio persistente que a pesquisa universitária ganhou relevância prática. Desde 2010, o projeto busca soluções adaptadas ao semiárido.
O resultado são pequenas estufas de dessalinização construídas com vidro, cimento e lona. A água retirada do poço é colocada no interior da estrutura, onde o calor intenso do sol da Caatinga eleva a temperatura a cerca de 70 °C.
O vapor gerado se condensa no teto de vidro, escorre por canaletas laterais e é coletado já livre do sal. A cada 50 litros de água salobra, o sistema produz até 16 litros de água doce, suficiente para atender às necessidades básicas diárias de uma família.
Atualmente, cerca de 200 famílias paraibanas já utilizam o equipamento, que não exige custos contínuos para operação. Moradores relatam melhora imediata na qualidade de vida e elogiam o sabor da água, muitas vezes comparado ao de água mineral.
Mais do que uma solução técnica, a iniciativa representa esperança de permanência no campo, fortalecendo a agroecologia, a produção local e a identidade cultural do semiárido.
Em uma região onde a água sempre foi sinônimo de resistência, a ciência simples passou a ser sinônimo de futuro.
Confira mais detalhes do projeto:
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