Casal de Anápolis viveu momentos de horror com tentativa de sequestro do filho autista
Imagine programar uma viagem dos sonhos com a família e, de repente, quase perder um filho. Bem que poderia ser história de filme, mas foi, na verdade, uma experiência real e traumática para um casal de Anápolis.
Tiago Sgai e Ana Caroline Sgai tiraram alguns dias de férias e levaram a família para Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Como estão em seis pessoas adultas, pedem dois carros pelo aplicativo da Uber sempre que precisam sair.
Na última segunda-feira (18), porém, um motorista aceitou uma das viagens e tentou fugir com o filho de apenas três anos do casal, que é diagnosticado com Espectro Autista. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que ele arranca com o carro antes de os pais entrarem.
“A nossa família estava saindo para almoçar. Pedi o meu Uber e ajudei meu filho a subir no carro. Minha esposa deixou o brinquedo da nossa filhinha cair e eu me abaixei para pegar. Depois sai da frente dela para entrar pelo outro lado e o motorista puxou a porta e saiu”, contou Tiago.
De acordo com o pai da criança, todos na rua saíram gritando para que o motorista parasse. No entanto, mesmo com toda a correria, o profissional entrou em uma avenida e saiu ultrapassando outros veículos.
“Ele estava se distanciamento muito. Pedi ajuda para uma pessoa que passava de carro e o seguimos por uma cinco quadras. Nessa comoção, mais pessoas se juntaram e outro carro conseguiu fechar ele. Então, desci, peguei meu filho e dei um soco no motorista pelo encosto do banco. Alguém quebrou o vidro dianteiro para tentar pegar a chave dele e evitar que fugisse, mas ele conseguiu escapar”, relatou.
Como a viagem foi cancelada antes mesmo de começar, os dados do condutor não ficaram registrados no celular de Tiago.
Mesmo assim, um Boletim de Ocorrência foi registrado junto à Polícia Civil local como tentativa de sequestro e cárcere privado.
Um dos motivos de revolta da família, segundo Tiago, é a falta de suporte da Uber.
Isso porque ele teria entrado em contato com a empresa para tentar descobrir a placa do carro, mas ao invés de ajuda, recebeu uma advertência.
É que a plataforma recebeu uma denúncia do próprio motorista e informou ao pai que ele teve um comportamento agressivo que viola regras e não são toleradas pela empresa.
O Portal 6 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber para que a empresa se pronunciasse sobre o caso.
A reportagem recebeu como resposta uma nota em que a multinacional se limitou a dizer que está “à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações”.