Novela do aumento da passagem em Anápolis continua e preço pode subir até mais de R$ 2
Contratualmente, Urban pode solicitar o reajuste todo mês de julho e decisão sobre pedido de 2021 ainda não foi tomada
O prefeito Roberto Naves (PP) já tem em mãos algumas das proposições referentes à definição do preço da passagem de ônibus em Anápolis.
Responsável por realizar o meio-campo entre as necessidades da planilha de custo da Urban e os meios da Prefeitura, a Agência Reguladora Municipal (ARM) vem traçando formas e estratégias de diminuir ao máximo o valor final.
O Portal 6 apurou, com exclusividade, que o mandatário possui propostas com diversos cenários em mãos.
Em um mais otimista, por exemplo, o valor poderia ser estabelecido nos mesmos R$ 4,25 atuais, desde que o município conseguisse um subsídio para auxiliar no abate dos altos custos em meio ao cenário pandêmico.
Com variações nas previsões estipuladas para o auxílio governamental, o preço flutuou entre R$ 5,23 e R$ 5,80.
Já num cenário mais próximo ao da realidade atual, sem subsídio, os valores apresentados ficaram na casa dos R$ 6,88 e R$ 6,94, a depender da frota de veículos nas ruas.
Vale ressaltar, porém, que todas as cifras foram estudadas contando com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do óleo diesel, que, até então, não foi concretizada.
Conforme ressaltado ao Portal 6 pelo presidente da ARM, Robson Torres, as propostas encaminhadas não são finais e o órgão segue buscando maneiras alternativas de abaixar o preço.
Caso as tentativas tenham sucesso, as proposições podem ser alteradas, a fim de levar ao prefeito opções mais amenas para os bolsos dos usuários de ônibus.
Novela
Concessionária do transporte público desde 2015, a Urban tem direito, via contrato, a um pedido de reajuste tarifário a cada mês de julho.
Em 2020, porém, o procedimento não foi realizado devido à pandemia da Covid-19. O pedido de 2021, por outro lado, segue em negociações até hoje, às beiras da possibilidade de um novo reajuste.
Caso fosse mantido o exato cenário atual, sem a adequação de dois anos atrás e junto dos aumentos exponenciais no preço do combustível e materiais de manutenção dos ônibus, a tarifa teria de sair dos atuais R$ 4,25 para um valor 79% maior, de R$ 7,63.
Por não contar com nenhum tipo de subsídio ou benefício a nível estadual ou municipal, a responsabilidade financeira do sistema de transporte público cai toda sobre os braços dos próprios usuários, únicos capazes de suprir a elevação nos gastos da Urban – inclusive com a remuneração dos funcionários.
A partir daí se construiu toda a novela, com o início de um longo processo de negociações, conduzidas pela ARM na tentativa de alavancar estratégias que reformulem o atual sistema e tirem o peso dos ombros de quem usa o transporte público, refletindo diretamente no preço da tarifa.