Mesmo com redução do combustível, trabalhadores do transporte em Anápolis fazem malabarismo para sobreviver

Motorista de aplicativo conta que precisa evitar horários quentes para não gastar com ar condicionado

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Mesmo com redução do combustível, trabalhadores do transporte em Anápolis fazem malabarismo para sobreviver
Caminhoneira Sebastiana Araújo tem encontrado dificuldades com diesel alto. (Foto: Sebastiana Araújo/Arquivo pessoal)

As mudanças nos preços dos combustíveis nas bombas faz quem trabalha com transporte em Anápolis se movimentar para ainda tentar ter lucro.

Somente em 2022 houve quatro reajustes para cima nas distribuidoras da Petrobras, o que chegou a elevar o valor acima de R$ 8. A recente redução do ICMS, porém, fez o litro da gasolina ficar abaixo de R$ 6, num corte comemorado, mas que não salva o trabalhador.

Fábio Pereira da Costa é motorista de aplicativo em Anápolis e relatou ao Portal 6 que, para economizar, diversos motoristas preferem trabalhar em horários com maiores riscos a ter que gastar mais.

“Separamos determinados horários, pois infelizmente, alguns se tornam inviáveis. Horários que o clima está mais ensolarado, temos que utilizar o ar condicionado, então damos prioridade para horários com o clima mais ameno. Preferimos arriscar em horários noturnos, dá entrada na madrugada, para termos a compensação do que não trabalhamos durante o dia”, contou.

Outra maneira encontrada pelos condutores de aplicativo para tentar driblar a alta dos preços é a escolha de corridas que tenham um trajeto com menor trânsito.

“Passamos a selecionar as corridas, procurando menor tráfego de trânsito para não trazer prejuízo para ambos. Tenho em mente que o lucro tem que ser tanto para nós motoristas quanto para nossos clientes”, explicou.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), houve diminuição de 8,98% no preço médio do litro da gasolina na última semana. O valor chegou ao menor patamar desde outubro de 2021, embora bem acima do que era cobrado no início da pandemia de Covid-19.

Diesel é problema maior

Os caminhoneiros acabam sendo ainda mais afetados, já que desde a última alteração da Petrobras, o preço do diesel utilizado para abastecer os caminhões sofreu com uma alta histórica e se tornou mais elevado que a gasolina.

Ademais, o corte no ICMS pouco produziu efeito neste combustível e o manteve com o litro acima de R$ 7.

Diante disso, a caminhoneira Sebastiana Araújo relatou que a empresa de recapagem de pneus para quem presta serviços precisou readaptar a rotina nas estradas para não sofrer tanto impacto.

“Para poder economizar, não estamos indo para longe só para buscar um único pneu, o cliente junta e aí sim a gente busca. Além disso, estamos juntando a coleta de diferentes empresas próximas para não precisar ficar indo e voltando e evitar gastar combustível”, descreveu.

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