Entidade do comércio de Goiás se posiciona sobre nova polêmica do horário de verão
Fecomércio aponta motivos pelos quais mudança pode trazer mais prejuízo que benefício para a população do estado
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Goiás (Fecomércio) não vê com bons olhos a volta do horário de verão. O tema ganhou notoriedade após o presidente eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicar uma enquete em uma rede social sobre o eventual retorno do adiantamento de uma hora nos relógios.
Ao Portal 6, o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, explica que, além de não gerar a economia desejada, a mudança traz insegurança. “Nós entendemos que, no estado de Goiás, não é necessário. Nós não temos uma insolação como no Nordeste, em que às 5h está de dia. Com o horário de verão, as pessoas saem de casa no escuro, gerando mais risco”, afirma.
Outro motivo que preocupa os comerciantes, segundo Baiocchi, é quanto à adaptação, sobretudo dos mais vulneráveis. “É prejudicial à nossa comunidade e compromete a saúde, especialmente de crianças e idosos. Eles acabam acordando muito mais cedo e o relógio biológico não é automático, não funciona à bateria”, diz.
O representante do setor argumenta que, se for de fato implementada, que a medida atinja somente as regiões que se beneficiariam. “O horário de verão tem que ser feito exclusivamente nos estados aonde tem uma insolação maior, em especial os estados litorâneos”, aponta Baiocchi.
O horário de verão terminou em abril de 2019, por decisão do governo de Jair Bolsonaro (PL). Na época, o atual presidente afirmou que a economia de energia obtida com a medida foi considerada praticamente nula conforme dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Por outro lado, em setembro deste ano, o Ministério de Minas e Energia solicitou um novo estudo sobre o horário de verão. A ideia é entender se o cenário mudou e se o aumento da geração de energia solar impactaria na relação entre carga e consumo.