‘Ela viveu coisas horríveis antes de morrer’, diz responsável pela investigação do caso Amélia Vitória
Além de abusos sexuais, homem teria feito vítima empurrar a bicicleta até o local da morte
Maria Luiza Valeriano -
“Ela sofreu muito. Viveu coisas horríveis antes de morrer”, disse o superintendente da Polícia Técnico-Científica de Goiás, Ricardo Matos da Silva sobre os últimos momentos da adolescente Amélia Vitória de Jesus, assassinada na última sexta-feira (1º) em Aparecida de Goiânia.
De acordo com a Polícia Civil (PC), o homem tido como autor, Janildo da Silva Magalhães, de 38 anos, possui diversas passagens pela polícia por tráfico de drogas, violência sexual, homicídio e roubo. Portanto, a investigação aponta que ele teria saído de casa na tarde de quinta-feira (30) para a prática de roubo ou então furto.
No entanto, os planos mudaram quando ele avistou a vítima enquanto ela caminhava em direção à escola onde buscaria a irmã. Neste momento, o suspeito abordou Amélia Vitória e a obrigou a subir no cano da bicicleta em que ele estava, a cobrindo com um saco.
Segundo o delegado Eduardo Rodovalho, o homem já era conhecido por portar faca, o que ele pode ter usado para coagir a adolescente. Em seguida, ele a estuprou em um matagal na Rua Javaí, no Parque Atalaia, e prosseguiu até uma casa abandonada na Rua Sapucaia.
“No percurso de aproximadamente 6km, havia uma subida em que ele, inclusive, fez a Amélia empurrar a bicicleta”, afirmou o delegado. Em determinado momento, eles passaram por uma viatura, mas Amélia estava paralisada pelo medo e pelo choque do que acabara de sofrer.
Na casa, o homem submeteu a vítima à repetidas agressões sexuais. Então, no final da noite, ele cometeu o assassinato por meio de um possível mata-leão, visto que a causa da morte foi asfixia, segundo o perito Ricardo Matos.
Vale destacar que havia roupas íntimas femininas, tufos de cabelo e manchas de sangue na casa. Assim, na manhã de sexta-feira (1º), Janildo retornou à própria residência, momento em que tentou se desfazer das roupas.
Ao ouvir a família comentando sobre o desaparecimento de Amélia, que já estampava os jornais locais, o homem decidiu arrastar o corpo da casa abandonada, enrolado em um lençol, até o Parque Hayala, a cerca de 20m de distância, na tarde de sábado (02).
Versão do suspeito
Abordado pela PC, o homem inicialmente negou envolvimento, mas, com os resultados das análises de DNA encontrado no corpo da adolescente, Janildo criou uma história de que apenas auxiliava um outro homem, como apontou o delegado Eduardo. Porém, não há indícios de um segundo autor.
Antecedentes
Além de passagens por roubo, furto, tráfico de drogas e um homicídio cometido enquanto no sistema prisional, Janildo também é suspeito de ter cometido um estupro em Rio Verde no ano de 2017. Na ocasião, ele abordou a vítima próximo a um ponto de ônibus e a obrigou a ir até um matagal, onde ela foi violentada.
“Embora ele tenha deixado a vítima livre ao final, mas ceifado a vida da Amélia, o modo de agir é muito parecido”, explicou o delegado André Botesini. Diante da repetição dos fatos, a PC acredita que a divulgação da identidade do homem tido como autor pode incentivar outras vítimas a se manifestarem.
Ver essa foto no Instagram
