Falta de verba para merenda e crianças dormindo no chão: pais e servidores denunciam CMEI’s de Goiânia
Conforme acusações, situação estaria ocorrendo desde retorno às aulas. TCM e DPCA foram acionados para investigarem
Crianças dormindo no chão, falta de funcionários e de verbas para merenda, além de acusações de redução de horário de intervalo dos servidores.
A sequência de violações faz parte de uma série de denúncias feitas por funcionários e pais de crianças matriculadas nos Centros Municipais de Ensino (CMEI’s), em Goiânia.
As queixas foram relatadas à vereadora Aava Santiago (PSDB) e, diante disso, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) foram acionados para investigar a situação.
Os relatos evidenciam o colapso nas instituições e são acompanhados por uma série de falhas cometidas pela Prefeitura de Goiânia desde o retorno das aulas.
Em denúncias apuradas pelo Portal 6 junto à assessoria da vereadora, é possível ver imagens de crianças dormindo no chão ou debruçadas nas mesas por falta de colchonetes no local.
Outro ponto diz respeito à escassez de profissionais pedagogos e a substituição dos mesmos por auxiliares – que, para lidar com a carência, têm dobrado a escala.
Além disso, para dar conta da demanda, funcionários também relataram estarem tendo o intervalo de almoço reduzido, limitado a 15 minutos. Além disso, denunciaram que estão sendo proibidos de almoçar com os alunos dentro do centro.
“Hoje pintou um questionamento, porque reduziram o nosso almoço em 15 minutos, já que o tempo de serviço é o mesmo de 2023. Além de não podermos almoçar na escola com as crianças. O que de fato aconteceu? Não sabemos…”, escreveu uma funcionária.
De acordo com os profissionais, um outro problema tem sido a verba destinada para a merenda escolar, que é considerada insuficiente. Assim, crianças que, por vezes, passam o dia na unidade, vem tendo a refeição reduzida.
Há ainda relatos de falta de materiais escolares como uniformes e outros itens básicos essenciais nas instituições de ensino. Nenhuma notificação sobre a situação foi enviada pela administração municipal aos responsáveis e funcionários.
“Isso preocupa os servidores, preocupa pais e responsáveis e acima de tudo, isso fere a dignidade dessas crianças, que dentro do ambiente escolar, estão sob a guarda e supervisão da escola, cuja responsabilidade é da administração pública, representada pelo Prefeito e pelo Secretário de Educação”, diz Aava Santiago.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que irá apurar as denúncias e que os recursos destinados à alimentação e materiais escolares foram enviados.
Leia a nota completa na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informa que irá apurar com rigor as denúncias em questão. O município ressalta que envia recursos de forma sistemática para a alimentação e para a aquisição de materiais utilizados pelas crianças durante o período em que permanecem nas unidades educacionais.
Os recursos para o início deste ano letivo foram repassados no fim do ano passado. Como adiantamento, a Prefeitura de Goiânia repassou, de forma descentralizada, mais de R$ 9 milhões para as unidades de ensino. Com essa medida, todas as instituições iniciaram 2024 com recursos em caixa.