Jovem que matou vigilante enquanto dirigia carro de luxo é denunciado por homicídio doloso
Documento do MPGO alega que crime foi cometido por meio cruel, uma vez que condutor não socorreu vítima
Dois meses após o vigilante Clenilton Lemes Correia morrer atropelado por um carro de luxo, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou na segunda-feira (12) o motorista Antônio Scelzi Netto, de 26 anos, por homicídio doloso. O acidente aconteceu na madrugada no dia 09 de junho, na Go-020, próximo ao Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia.
O documento foi assinado pelo promotor de Justiça e titular da 29ª Promotoria de Goiânia, Sebastião Marcos Martins, e consta que o denunciado teria ingerido bebida alcoólica e conduzia um veículo Mercedes Benz em alta velocidade, momento em que atropelou e matou a vítima.
Antônio teria bebido em cinco estabelecimentos comerciais durante toda a tarde e noite anterior ao acidente. Enquanto voltava para casa, que fica em um condomínio fechado, ele bateu na motocicleta de Clenilton e o arrastou por quase 90 metros na rodovia.
Conforme a denúncia, a vítima e a moto teriam ficado presas ao carro, o que fez com que o condutor da Mercedes dirigisse em zingue-zague para desprendê-los. Tanto a moto quanto o homem foram arremessados a vários metros de distância.
Segundo o laudo, ressaltado pelo promotor, não havia sinais que indicavam frenagem do carro. De acordo com as investigações, o motorista fugiu sem prestar socorro ao vigilante, que ainda estava vivo.
O Serviço Móvel de Urgência (Samu), o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar (PM) só foram chamados após um motorista de um outro veículo avistar Clenilton e acionar as autoridades. Mesmo com os esforços, ele não resistiu aos ferimentos.
Devido o cenário, o MPGO alega que o crime foi cometido por meio cruel, uma vez que o vigilante foi arrastado pelo asfalto sem a chance de se defender, além da falta de socorro e alta velocidade do automóvel – ocasionando a morte da vítima.
“Ele deixou o local a fim de fugir às suas responsabilidades penal e civil. Ele não se dignou sequer a frear – o que poderia, inclusive, ter evitado a morte da vítima”, diz o promotor.
Além do pedido, também foi solicitado uma indenização reparatória mensal para descendentes e cônjuge nos valores que eram recebidos pela vítima em decorrência do trabalho.