Banho de lama, muros imundos e sem perspectiva: moradores vivem drama em bairro de Anápolis

Habitantes da região já fizeram até abaixo-assinado para resolver problema, mas não teve resultados

Paulo Roberto Belém Paulo Roberto Belém -
Situação dos muros dos imóveis, atualmente (foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)
Situação dos muros dos imóveis, atualmente (foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Imagine viver numa rua em que, toda vez que chove, é preciso dar aquela “olhadinha” pela fresta do portão para não ser molhado. E o pior, para não levar um banho de água suja.

Essa é a rotina dos moradores de imóveis de duas grandes quadras da Rua Dona Andrelina, localizada no Jardim das Américas 3º Etapa, região Norte de Anápolis.

O problema que causa essa postura é relacionado ao acúmulo de águas de chuva que ficam empoçadas, em grande volume, em todo o lado direito da via.

São 400 metros onde moradores e comerciantes, além da cautela para não se molhar, têm de conviver com os muros imundos por sujeira, equivalente a barro.

Problema agravado pelo grande fluxo de veículos, pois a rua é a principal saída de uma região em que residem cerca de 100 mil pessoas, com outros milhares de veículos.

Rotina

Moradora de uma das residências mais atingidas do local há mais de 20 anos, a dona de casa Elizabete Francisca relata o que passa em dias de chuva.

“Tem de combinar com os carros”, contou. Ela diz que, mesmo assim, eventualmente, o pior acontece. “Um dia desses, tomei um belo de um banho quando saía com o meu neto para a escola”, afirmou.

Moradora do local, Elizabete Francisca exibe sujeira em muro (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Elizabete cita que o problema se agravou depois que a rede de esgoto foi instalada na rua. “Fizeram o asfalto ‘meio tombado’, o que faz as águas se acumularem nessa parte da rua”, explicou.

Cones

Outro que narra a situação é o comerciante Cleidson Costa. No local há mais de 30 anos, onde também reside, ele revelou o método que pratica para minimizar a questão.

“Coloco cones, mas, desde que voltou a chover, ainda não coloquei porque os últimos foram quebrados pelos veículos”, apontou.

Comércio de Cleidson sem os cones (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Sobre a estética, o comerciante disse que faz a pintura dos muros externos a cada seis meses. “É um problema de toda a vizinhança”.

Expectativa

Alberto Junior é proprietário de uma imobiliária que administra quitinetes disponíveis para aluguel no local.

Quitinestes em locação (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Ele admite que não tem dificuldade com a locação dos imóveis, mas que já desistiu de repintar as paredes.

“Um investidor comprou o imóvel e a questão estética estava um nojo, chegando a arcar com a pintura do imóvel e de vizinhos para ficar mais bonito, mas não convém repintar as paredes”, falou.

Alberto acredita na resolução do problema. “Se melhora ali a questão estrutural, esteticamente fica melhor. E vários outros aspectos”, entende.

Desvalorização

Moradora e comerciante concordam que os imóveis da rua perdem em desvalorização, enquanto não têm a situação resolvida.

“Já fizemos abaixo-assinado com todos os moradores da rua e procuramos os representantes do bairro, mas nada”, contou Elizabete.

Sem previsão

Procurada, a Prefeitura de Anápolis, informou que a Rua Dona Andrelina ainda não dispõe de rede de galerias pluviais, dizendo ser a medida necessária para dar fim definitivo ao problema.

Segundo a resposta, o projeto para implementação de drenagem exige escavações de alto volume, “uma vez que é necessário levar a rede até a Avenida Raimundo Carlos, cuja estrutura de escoamento situa-se na parte mais baixa”, disseram.

Entretanto, mesmo reconhecendo o problema, não há previsão para o início das obras. “A obra não está incluída no planejamento orçamentário de 2024”, arremataram.

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