PC cumpre 114 mandados contra empresas em Goiânia, Anápolis e DF suspeitas de fraudar contratos com a Goinfra

Descoberta de pagamentos adiantados e irregulares, recebidos pela empresa, que sequer eram condizentes com as obras já realizadas, partiu de relatórios técnicos e inspeções

Samuel Leão Samuel Leão -
PC cumpre 114 mandados contra empresas em Goiânia, Anápolis e DF suspeitas de fraudar contratos com a Goinfra
Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu mais de uma centena de mandados. (Foto: Divulgação/PCGO)

Uma grande operação foi deflagrada, na segunda-feira (27), pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), batizada de “Obra Simulada”, com o intuito de apurar crimes praticados em negociações e contratos firmados com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra). Eles teriam sido acordados com uma empresa privada sediada no Distrito Federal, que reformou e deu manutenção à 26 prédios públicos em Goiás.

No total, o valor da negociação quase chegou aos R$ 28 milhões, e as atividades foram realizadas nos anos de 2023 e 2024. A estimativa é que o prejuízo para os cofres públicos tenha chegado aos R$ 10 milhões, sem contar ainda o valor que terá de ser desembolsado para reconstruir algumas estruturas que foram demolidas, todavia não reerguidas pela empresa investigada.

Suspeitos presos pela operação. (Foto: Divulgação/PCGO)

A descoberta de pagamentos adiantados e irregulares, recebidos pela empresa, que sequer eram condizentes com as obras já realizadas, partiu de relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil (PC).

Indícios de superfaturamento nas intervenções também foram registrados, de modo que as apurações foram direcionadas às autoridades policiais. Ao longo das investigações, foram verificadas evidências de lavagem de dinheiro, dada a transferência dos pagamentos antecipados recebidos pela empresa para terceiras, sediadas no DF. Todas elas eram ligadas a familiares e amigos de um “sócio oculto” da contratada.

Diversos saques, feitos na boca do caixa, logo após o recebimento das quantias, também levantaram suspeitas. A própria seleção e contratação da empresa, pelo poder público, teria sido premeditada, indo contra as regulamentações legais.

Assim, no total foram cumpridos impressionantes 114 mandados judiciais no âmbito da Operação Obra Simulada, dentre eles 32 de afastamento de sigilos bancários, fiscal, telefônico e telemático, 26 mandados de bloqueios de bens e valores, 7 de proibição de frequência a determinados lugares, 10 de proibição de estabelecer contratos com o poder público (empresas envolvidas), 24 mandados de busca e apreensão e também 15 mandados de prisão temporária em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal.

A ação teve a atuação da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), agindo nas cidades onde o esquema foi descoberto.

 

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