Há 38 anos, Goiânia viveu o maior acidente radiológico do planeta

Ao todo, foram registradas 4 mortes e mais de mil pessoas ficaram afetadas pela substância

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Goiânia já tem data para receber exposição gratuita sobre acidente radiológico com Césio-137
Local onde ocorreu o trágico acidente do césio -137, em Goiânia. (Foto: Reprodução)

Há 38 anos, Goiânia ocupou os holofotes mundiais e foi palco do maior acidente radiológico fora de uma usina nuclear, com o uso do Césio-137 – isótopo radioativo artificial – que resultou na morte de quatro pessoas e deixou mais de mil afetadas.

A história começou quando dois catadores de materiais recicláveis, Roberto dos Santos e Wagner Mota Pereira, encontraram um aparelho de radioterapia abandonado no Instituto Goiano de Radioterapia.

O item chamou a atenção dos moradores, que decidiram levar a peça até um ferro-velho e começaram a desmontá-lo. Ao abrir a caixa, Devair encontrou o pó radioativo e mostrou o material para vizinhos, amigos e familiares.

O irmão do catador, por exemplo, admirou a substância e chegou a levar um pouco do pó para a filha, Leide das Neves, que tinha apenas seis anos na época. A menina foi jantar após ter ingerido o Césio-137.

Dias depois do contato, as pessoas começaram a apresentar sintomas como tontura, vômitos e diarreia — principalmente o próprio trabalhador e a esposa dele, Maria Gabriela.

Desconfiada, a mulher levou a peça até a Vigilância Sanitária, o que acabou agravando a contaminação, uma vez que todo o trajeto foi feito de ônibus.

Foi apenas no dia 29 de setembro de 1987 que surgiu o primeiro alerta, e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) solicitou que os moradores fossem levados para um esquema de triagem no Estádio Olímpico. No total, mais de 112 mil pessoas foram colocadas em quarentena e submetidas a intensos banhos de descontaminação.

Quatro pessoas morreram: Maria Gabriela Ferreira, Leide das Neves Ferreira, Israel Baptista dos Santos e Admilson Alves de Souza. Outras 249 pessoas foram contaminadas de forma significativa e receberam tratamento por equipes médicas especializadas.

Mais de 110 mil pessoas precisaram ser acompanhadas, e diversos locais — como residências, ruas e veículos — foram desinfectados ou removidos.

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Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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