Kanye West pode ser preso em flagrante por apologia ao nazismo em show no Brasil

Documento determina ainda que o Comando de Policiamento de Choque mantenha policiais de prontidão durante a apresentação

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Kanye West durante premiação dos Grammys. (Foto: Captura de Tela/Youtube)
Kanye West durante premiação dos Grammys. (Foto: Captura de Tela/Youtube)

ANA CLARA COTTECCO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rapper Kanye West, que já teve o show previsto para o Autódromo de Interlagos vetado pelo prefeito Ricardo Nunes, pode ser preso durante sua passagem pelo Brasil. Agora respondendo pelo nome de Ye, ele passou a ser alvo de um inquérito civil do Ministério Público de São Paulo por apologia ao nazismo na música “Heil Hitler” e outras declarações antissemitas anteriormente.

O procedimento instaurado pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos prevê que o artista poderá ser preso em flagrante se fizer qualquer manifestação pró-nazismo durante o show marcado para 29 de novembro em São Paulo.

No inquérito, MP afirma que a função da investigação é “não permitir que o cantor Kanye West, cujo nome artístico é ‘Ye’, no recinto do Autódromo de Interlagos ou qualquer outro lugar no território brasileiro promova, cante, divulgue ao público música intitulada ‘Heil Hitler’” ou qualquer outra canção que faça alusão ao nazismo, além de proibir o uso de camisetas com suástica ou outros símbolos nazistas voltados ao público, em redes sociais ou qualquer veículo de comunicação.

O documento determina ainda que o Comando de Policiamento de Choque mantenha policiais de prontidão durante a apresentação, com orientação específica para prender o rapper em flagrante, e que a prisão se estenda aos produtores do show caso haja “qualquer apologia ao nazismo” no palco. O processo aponta também que a antiga conta do artista no Twitter foi suspensa após “alta disseminação do discurso neonazista” e fala em “centenas de manifestações abertas em redes sociais e em entrevistas” com incitação à violência e à perseguição contra judeus.

Os produtores do show no Brasil também entram na mira. Segundo o inquérito, o empresário Guilherme Cavalcante e o agente Jean Fabrício Ramos (conhecido como Fabulouz Fabz) são considerados coautores em potencial e “responsáveis pelo repertório e atitudes do artista durante o show que estão promovendo e agenciando”. Caso as recomendações do MP sejam descumpridas, a portaria prevê prisão em flagrante não apenas para o cantor, mas também para os organizadores, com base na responsabilidade prevista no Código Penal.

A Prefeitura de São Paulo, que já havia vetado o uso do Autódromo de Interlagos pelo artista. Na segunda-feira (10), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes afirmou que “Em equipamento da prefeitura, ninguém que faça apologia do nazismo vai tocar ou cantar”.

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