Nova ferramenta do Instagram está preocupando médicos e psicólogos; entenda o motivo

Um recurso que promete transformar o feed

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Instagram
(Foto: Pexels)

Desde que os primeiros smartphones tornaram-se comuns, com apps que preenchem segundos e horas do nosso olhar, a maioria de nós já sentiu a estranha sensação de “uma hora vi, dez horas se passaram” no feed do Instagram.

Agora, com o anúncio de uma nova função de rolagem automática — que promove a transição automática entre vídeos e posts — médicos e psicólogos acendem sinalizações: por que esse “avançar automático” preocupa tanto?

Uma virada no design do feed

Segundo reportagem do site BuzzinContent, o Instagram está “testando uma nova auto-scroll para Reels e posts” que reproduzem vídeos em sequência sem necessidade de interação manual.

Essa movimentação acompanha o modelo já consolidado em apps como o TikTok, e representa uma mudança no controle que o usuário exerce sobre o próprio consumo.

Pesquisas de usabilidade identificam que o modelo de “rolagem infinita” ou “infinite scroll” favorece sessões mais longas e menor percepção de tempo passado, o que pode gerar impacto na saúde mental.

Para profissionais da saúde, essa novidade impõe novos desafios: a rolagem automática reduz os momentos de pausa que o cérebro normalmente teria entre uma interação e outra, e pode favorecer padrões mais compulsivos de uso digital.

Impactos observados

1. Comportamento e foco

Estudos apontam que o design que elimina a necessidade de parar conscientemente — como ocorre com a rolagem manual — pode ampliar estados de dissociação cognitiva, ou seja: “perdemos a noção de que somos nós que rolamos, e passamos a ser rolados”.

Em outras palavras, o próprio usuário deixa de ter controle real.

2. Saúde mental e emocional

Uma pesquisa recente sugere que o uso excessivo de feeds com rolagem automática ou infinita está associado a maior regulação emocional desordenada, sobretudo em adolescentes, que são mais vulneráveis à comparação social e à sensação de perda de controle.

Psicólogos alertam que esse tipo de “imersão ininterrupta” pode dificultar o desligamento mental, atrapalhar o sono, e agravar sintomas de ansiedade ou baixa autoestima.

O que fazer com esse novo cenário?

  • Estabelecer limites de tempo para uso do app, especialmente à noite ou em momentos de descanso.
  • Ativar modos de uso consciente, como pausas automáticas, alertas de tempo ou alternar para rolagem manual.
  • Para pais e educadores, monitorar o tempo de tela de adolescentes e fomentar hábitos de descanso digital.

E, se você sentir que o uso se tornou compulsivo — ou que você não “tem mais controle” sobre quando parar — considerar conversar com um profissional da saúde mental.

Essa mudança no Instagram demonstra novamente como a tecnologia redefine não apenas o que vemos — mas como vemos. E por trás da conveniência, está o debate sobre autonomia, atenção e bem-estar digital. Vale a pena olhar com atenção.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

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