Ditados populares que todo mundo fala errado sem saber

Alguns ditados parecem tão naturais que você jura que sempre foram ditos daquele jeito até descobrir que a versão verdadeira não tem nada a ver com o que você aprendeu

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Ditados populares que falaram errado a vida toda
Ditados populares que falaram errado a vida toda (Foto: Reprodução/ Freepik)

O Brasil é um país que respira ditados. Eles aparecem em conversas de família, em histórias de avós, em rodas de amigos e até no ambiente de trabalho.

São frases que sobrevivem ao tempo, atravessam gerações e acabam sofrendo pequenas distorções. Além disso, uma palavra trocada, outra adaptada, um som que foi entendido errado… e pronto: um ditado nasce de um jeito e chega totalmente diferente do outro lado.

O curioso é que muitas dessas expressões mudadas continuam sendo repetidas tão naturalmente que quase ninguém desconfia que, na verdade, elas não faziam sentido algum na forma original que você ouviu.

Afinal, quando você conhece a versão verdadeira, a sensação é a mesma: mistura de surpresa, curiosidade e aquele pensamento inevitável de “passei a vida inteira falando errado”.

A seguir estão alguns dos ditados mais famosos que as pessoas repetem sem saber que a frase correta era outra.

Hoje é domingo, pé de cachimbo

A versão correta seria hoje é domingo, pede cachimbo. A expressão surgiu como referência ao costume antigo de descansar aos domingos e “pedir o cachimbo” para relaxar. A fala rápida transformou “pede” em “pé de”, criando um ditado sem sentido literal.

Quem não tem cão caça com gato

O ditado original é quem não tem cão caça como gato. A expressão não fala sobre substituir um cão por um gato, e sim sobre improvisar diante da falta de recursos, caçando com a agilidade de um gato.

Cuspido e escarrado

A forma verdadeira é esculpido em carrara. A expressão fazia referência ao mármore de Carrara, conhecido por sua perfeição. A pronúncia foi se transformando até virar algo completamente diferente.

Hoje é domingo, pé de cachimbo

A forma correta é hoje é domingo, pede cachimbo, relacionada ao hábito antigo de relaxar nesse dia.

Quem pariu Mateus que o balance

A forma original é quem pariu, que o mantenha e balance. O sentido permanece o mesmo: quem cria uma situação deve arcar com suas consequências.

A frase era maior e mais explícita, mas, como muitos ditados, acabou encurtada pela oralidade ao longo do tempo, até se transformar na versão simplificada e popular que usamos hoje.

Quem tem boca vai a Roma

O ditado certo é quem tem boca vaia Roma. Ele nasceu como crítica: até Roma, símbolo de autoridade, poderia ser vaiada pelo povo.

Batatinha quando nasce esparrama pelo chão

A versão correta é batatinha quando nasce espalha a rama pelo chão, porque a planta espalha a rama, e não “esparrama”. A oralidade transformou o som e toda a frase mudou junto.

Cor de burro quando foge

O correto é corro de burro quando foge, indicando rapidez, já que o animal corre de forma abrupta quando tenta escapar.

Grande parte dessas mudanças aconteceu porque esses ditados eram transmitidos exclusivamente pela fala. Contudo, sem registros formais, as expressões se adaptavam ao ouvido, ao sotaque e ao entendimento de cada pessoa.

Com o tempo, a versão “errada” se tornava tão popular que virava a única forma conhecida, mesmo que não fizesse sentido.

No fim, os ditados continuam sendo parte da cultura, mesmo quando já não têm nada a ver com suas formas originais.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

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