Jogo de empurra deixa indefinida a entrega de moradias populares em Anápolis
Prefeitura de Anápolis joga responsabilidade para Caixa, que joga para Saneago, que não se pronuncia
As quase duas mil famílias beneficiárias dos residenciais Colorado, São Cristóvão e Polocentro em Anápolis estão reféns da demora do poder público. Há um mês o Portal 6 mostrou relatos de muitas pessoas que aguardam receber suas casas e apartamentos.
A maioria delas tiram da alimentação para pagar aluguel ou moram de favor na casa de amigos ou parentes. Uma situação agoniante e talvez insuficiente para que o Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Anápolis, responsáveis diretos pelas obras e entrega das moradias, reúnam os esforços necessários para findar esse sofrimento.
Procurados novamente pela reportagem, os três órgãos não apresentaram nenhuma novidade, nem data específica para a inauguração dos conjuntos populares. As notas enviadas ao Portal 6 mostram a falta não somente de sintomia, mas também de informações com que trabalham.
“Da parte da Prefeitura está tudo pronto. Falta apenas a Caixa Econômica marcar as datas para a inauguração. Tanto a inauguração do Residencial Polocentro quanto do Residencial São Cristóvão vai acontecer em dezembro”, disse a Prefeitura de Anápolis. A promessa é adiada mês a mês.
“A data de entrega dos empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida é definida somente após conclusão das obras, legalização do empreendimento e aceite das concessionárias, de forma a garantir a habitabilidade. O empreendimento São Cristóvão está com percentual de 100% de obra, porém falta o Termo de Recebimento emitido pela concessionária SANEAGO. O Residencial Polocentro encontra-se com 98% das obras de habitação e infraestrutura concluídas, estando pendente a ligação da rede de esgoto ao empreendimento”, disse mais uma vez a Caixa.
O Ministério das Cidades preferiu nem enviar nota. Por telefone, a assessoria de comunicação da pasta afirmou que não tinha condições de responder aos questionamentos da reportagem.
A Saneago também foi procurada pelo Portal 6 para comentar a nota da Caixa e se pronunciar a respeito das responsabilidades que precisa dar conta e o fez posteriormente, não se comprometendo em estipular datas para dar conta dos serviços que ainda falta realizar.
Residencial Colorado
A situação dos moradores beneficiários dos apartamentos do Residencial Colorado é ainda mais dramática. As obras iniciaram em 2013 e tinham prazo máximo de conclusão em 15 meses, mas a falta de repasses financeiros por parte da Caixa implicaram no que a Construtora Almeida Neves chamou de “retardamento” dos trabalhos.
Uma proposta de renegociação e retomada das obras foi feita pela empresa junto à Caixa em junho e desde então permanece em análise no banco. O Colorado I está com 88,68% da infraestrutura pronta e o Colorado II com apenas 80,50%.