Dívida de quase R$ 24 milhões deixada por João Gomes pode paralisar coleta de lixo em Anápolis
Débito milionário, segundo a GC Ambiental, vem desde a contratação da empresa, em 2012, e tem "provocado inúmeros transtornos"
Ofício enviado pela GC Ambiental ao prefeito Roberto Naves (PTB), na manhã desta terça-feira (03), expõe uma situação de calamidade sofrida pela empresa que realiza a coleta de lixo e varreção de rua em Anápolis.
Segundo o documento, a dívida da Prefeitura de Anápolis com a GC, acumulados em R$ 23.865.766,76 (vinte e três milhões, oitocentos e sessenta e cinco mil, setecentos e sessenta e seis reais com setenta e seis centavos), deixada pela Gestão João Gomes (PT), comprometem o acerto do salário dos funcionários, que vencem na próxima sexta-feira (06).
O débito milionário. ainda segundo a GC Ambiental, vem desde a contratação da empresa, em 2012, e tem “provocado inúmeros transtornos”.
O último deles ocorreu em dezembro, quando “a mão-de-obra recebeu o 13º e o último salário com atraso”, situação relatada pelo Portal 6 na ocasião, mesmo com a empresa não se pronunciando sobre o assunto.
A dívida, porém, não foi um problema para que a GC Ambiental celebrasse com a Prefeitura de Anápolis, no 21 de dezembro do ano passado, ainda na gestão João Gomes (PT), um termo aditivo que reajustou o contrato de prestação de serviço em R$ 11.805.816,17 (onze milhões, oitocentos e cinco mil e oitocentos e dezesseis reais e dezessete centavos).
Aumento que levou o valor de $ 135.598.415,61 (cento e trinta e cinco milhões, quinhentos e noventa e oito mil e quatrocentos e quinze reais e sessenta e um centavos) para $ 147.404.231,78 (cento e quarenta e sete milhões, quatrocentos e quatro mil e duzentos e trinta e um reais e setenta e oito centavos) dentro do contrato que encerra somente em outubro de 2018. Veja:
Questionada pelo Portal 6 por que o anúncio dessa dívida não ocorreu antes, a GC Ambiental, através de seu gerente de contrato, Guilherme Aires, disse que já o havia feito “por meio de notificações extrajudiciais”, mas não apresentou nenhuma delas à reportagem.
Ainda segundo Guilherme Aires, a negociação da dívida com a gestão João Gomes foi tentada “várias vezes” e, agora, a cobrança foi feita ao novo prefeito porque a empresa precisa pagar os funcionários.
“No momento não temos recurso para pagar a folha, dependemos de receber algum valor” e “se os funcionários não receberem o salario eles mesmos que podem paralisar” as atividades de coleta de lixo e varreção de rua na cidade.
O Portal 6 também entrou em contato com a Prefeitura de Anápolis para saber como Roberto Naves resolverá a situação, mas não obteve resposta da assessoria de imprensa, que apenas forneceu à reportagem o áudio de uma entrevista que o prefeito concedeu na manhã desta quarta-feira (04), no Cais Mulher, no bairro Maracanã.
Nele, Roberto diz que pediu à GC Ambiental que não suspenda seus serviços e informou que vai se encontrar com os representantes da empresa ainda esta semana.
A resposta pode ser conferida a partir do minuto 03h27 ao 05h27.