Realizada no Parque Ipiranga, Feira Agroecológica completa dois anos de atividades

Iniciativa é feita por associação de agricultores que acreditam no potencial consumidor de produtos sem agrotóxicos

Carlos Henrique Carlos Henrique -
Realizada no Parque Ipiranga, Feira Agroecológica completa dois anos de atividades

Nesta semana a Feira Agroecológica de Anápolis, realizada no Parque Ipiranga, no Jundiaí, comemorou dois anos de atividades. Para celebrar a iniciativa que conta, atualmente, com a participação de cerca de dez  feirantes, os consumidores escolheram os produtos ao som de música ao vivo e exposições de vídeos que transmitiram a história da Feira.

Durante as comemorações, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater, Antelmo Teixeira Alves, ressaltou a importância de iniciativas que estimulem a produção em pequena escala e que proporcionem a integração entre os produtores agroecológicos e a sociedade. Antelmo enfatizou também que a “Emater é parte integrante e atuante do processo” e que a Agência auxiliou a Associação de Produtores Agroecológicos de Anápolis (Aproar) por meio do repasse de informações que permeiam a produção sustentável.

Associação

Em 2011, a Aproar foi criada por Domingos José Pereira, que conta que a Feira Agroecológica de Anápolis levou dois anos para ter sua primeira edição. Domingos que é presidente da organização relatou ainda que a ideia de criar uma associação de produtores agroecológicos surgiu de uma inquietação de produtores rurais da região. “Nós recebemos solicitações de agricultores familiares interessados em conhecer mais informações sobre práticas agroecológicas”, contou Domingos.

Em meio às demandas do mercado por produtos orgânicos, Domingos observou que a realização de uma feira que atendesse tais expectativas seria positiva para os produtores que ainda tinham incertezas sobre a produção agroecológica. “Alguns agricultores saíram da associação por receio e é totalmente compreensível. Nós, com o auxilio de órgãos como a Emater, buscamos orientar os agricultores que a produção agroecológica é viável economicamente. Basta determinação, como exigem todas as formas produtivas”, enfatizou o presidente.

Rentabilidade

Consumidora Leila Martins e agricultor Edson Vieira conversam sobre produtos comercializados. (Foto: Laryssa-Carvalho)

Há 10 anos na produção agroecológica de hortaliças, o agricultor Edson Vieira Porto descreveu as vantagens do método. Segundo o agricultor, a atividade é 30% mais lucrativa e estável que os métodos convencionais de produção.

O produtor cultiva hortaliças em uma área de 4 hectares e utiliza a prática de rotação de cultura. “Muitos acreditam que é inviável e isso é um mito. Utilizamos esterco de galinhas, por exemplo, como adubação, o que diminui os custos de investimentos na produção”, explicou Vieira.

Edson explica que, apesar do retorno positivo e do estímulo à preservação ambiental, a produção agroecológica demanda cuidados específicos que exigem a persistência do agricultor. Entre eles está a mão de obra qualificada que, segundo o produtor rural, é de difícil contratação. “Hoje tudo está tecnificado demais. A produção agroecológica demanda mão de obra e essa é uma das partes mais complicadas para quem investe nessa forma produtiva”, ressaltou Porto.

Consumo consciente

Para a professora Leila Martins Silva o sabor dos produtos orgânicos é “diferente”. Segundo Leila, que já é consumidora conhecida na Feira, a iniciativa deve ultrapassar os limites do município de Anápolis. “É algo que todos os municípios deveriam fazer. São produtos saudáveis, confiáveis e que têm um sabor diferenciado”, contou Leila Martins.

A Feira Agroecológica de Anápolis é realizada toda terça-feira, das 16 às 19 horas, no Parque Ipiranga.

*Com informações da Supervisão de Comunicação da Emater

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