“A gente está disposto a trabalhar sem receber”, apela Vanderic para aprovação de delegacia
Projeto que regulamenta o funcionamento da especializada volta a tramitar na Alego após duas tentativas frustradas

Após tentativas mal sucedidas e três anos de funcionamento com recursos insuficientes, tramita novamente na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) o projeto de Lei que regulamenta a Delegacia Especializada no Atendimento à Pessoa com Deficiência de Anápolis (DEAPD).
O texto ainda passará pelas comissões da Casa e, caso aprovada pelo deputados, segue para a sanção do governador Marconi Perillo.
Essa não é a primeira vez o projeto chega à Alego. Em duas oportunidades anteriores, os deputados Adriana Accorsi (PT) e Henrique Arantes (PTB) apresentaram propostas para a criação da delegacia especializada, mas ambas iniciativas acabaram sendo engavetadas por motivos diferentes.
Em conversa com a reportagem do Portal 6, o delegado responsável pela DEAPD Manoel Vanderic disse que a ideia de uma nova apresentação partiu do ex-prefeito João Gomes, que conversou com o vice-governador José Eliton (PSDB) para se sensibilizar e insistir no projeto.
“Acredito que a proximidade do ano eleitoral acabou gerando um interesse para isso ser aprovado. Não sabemos quanto tempo vai demorar o trâmite, mas tomara que seja aprovado. Tenho muita esperança, porque com isso vamos ter um monte de benefícios. Vamos poder ter servidores próprios, ter viatura própria e também formalizar as estatísticas do deficiente, porque hoje tudo é lançado como se fosse crime contra o idoso”, explicou.
A maior importância da regulamentação, aponta Vanderic, será combater tantos crimes contra deficientes que são registrados hoje em Anápolis.
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“Os crimes são tão gritantes que muitos não são de conhecimento nem da Polícia Militar. São milhares de crimes e ninguém vai preso porque não é divulgado. Se trata de crimes domésticos, como estupros de padrastos, pais ou primos contra as pessoas com deficiência – principalmente intelectual, apropriação de benefícios como aposentadoria, discriminação, abandono em hospitais e asilos. É um trabalho muito semelhante ao que é feito com os idosos, porque é mais social e preventivo do que punitivo de fato”, ressaltou Vanderic, além de dizer que nem mesmo se importa nem mesmo com salário para que a delegacia exista no papel.
“A delegacia não dará nenhum custo para o governo, ela já existe. A gente está disposto a trabalhar sem receber, só precisamos da Lei. Foram as pessoas que apoiam a causa que fizeram a coisa girar. Mas, dessa vez, só acredito na lei promulgada, afinal já são três anos que a coisa está nesse vai e volta”, concluiu.